Por karilayn.areias

Rio - Joyce Cândido é uma linda morena brejeira de Assis, cidade do interior do estado de São Paulo. Fez faculdade de música em Londrina, no Paraná, onde se jogou na noite cantando em barzinhos. Porém, sua paixão pelo samba não poderia levá-la a outro destino, e logo chegou ao Rio, indicada para a gravadora Biscoito Fino por ninguém menos que Chico Buarque, que ouviu o material que ela havia gravado. De lá para cá, estabeleceu-se na capital carioca, tocou com muita gente e ganhou mais fãs famosos. Alguns desses nobres admiradores estão no DVD ‘O Bom e Velho Samba Novo’, que sai agora, com registros em estúdio de duetos de Joyce com João Bosco e Elza Soares. O lançamento é hoje, com show no Theatro Net Rio (Rua Siqueira Campos 143, Copacabana), às 22h.

João Bosco faz um dueto com a cantoraDivulgação

“Marília Pêra vai cantar comigo, uma música de Herivelto Martins, e vou acompanhá-la ao piano”, detalha a anfitriã, listando seus convidados para a apresentação. “Zezé Mota também vai participar, já fizemos show juntas e vamos repetir a dose. E ainda vou receber os cantores Zé Ricardo e Toninho Geraes”.

João Bosco não está escalado para subir ao palco hoje, mas se derrete ao elogiar a cantora. “Eu conheci a Joyce no estúdio, quando gravava o meu DVD. Ela me deu de presente seu CD e depois me convidou para participar de um show em São Paulo. Eu a vi cantar músicas muito bacanas, entre elas ‘Samba e Amor’, do Chico Buarque, que é a minha preferida, com ela também tocando piano”, recorda ele. “Eu desejo todo sucesso para ela, que canta muito bem, é uma garota supersimpática e tem toda uma estrada pela frente”.
Bibi Ferreira, grande dama do teatro, dirigiu a cantora e é outra que ficou encantada: “Que prazer trabalhar com quem conhece o seu ofício, fala sério e entende sobre o que faz. Joyce Cândido é uma grande cantora, uma linda garota e veio para ficar”, celebra Bibi.

Não é pouca coisa para a mocinha que veio do interior de São Paulo. O samba paulistano, registre-se, eventualmente sofre preconceito dos cariocas, por não vir do morro, das praias, dos malandros ou outros elementos característicos do Rio. “Sou contra preconceito de qualquer espécie”, decreta Joyce. “Conheci japoneses em Nova York tocando choro, e muito bem! A música não tem barreiras nem limites. Clara Nunes não era carioca, era mineira, e foi a maior cantora de samba deste país. Adoniran Barbosa e Benito de Paula são excelentes sambistas paulistas. Fabiana Cozza é outra grande cantora do estilo”.

Mistura de gerações

Nesses tempos em que muitos artistas do samba se acomodam em um repertório fácil de antigos sucessos, Joyce Cândido mostra talento e coragem ao apostar em músicas de uma nova geração de compositores do gênero, incluindo ela mesma.

“O título ‘O Bom e Velho Samba Novo’ remete a uma mescla entre sambas clássicos, como ‘ Feitio de Oração’, de Noel Rosa e Vadico, e ‘Corra e Olhe o Céu’, de Cartola e Dalmo Castelo, e a inclusão de sambas novos, de compositores atuais, inclusive composições minhas, como ‘Pôr do Sol’ e ‘Joia Rara’, parceria com Guilherme Sá”, enumera a cantora. “Além disso, trago sambas inéditos de Luiz Carlos da Vila e Claudio Jorge, Toninho Geraes e Toninho Nascimento, Fred Camacho, Ana Costa, Alceu Maia, Alipio Carmo, Lu Carvalho, João Vidotti e muitos outros. Temos uma ótima safra de compositores contemporâneos!”.

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