Rio - Uma está saindo de cartaz neste fim de semana. A outra estreou faz pouco tempo. Ambas, no entanto, encarnam a mesma personagem no palco: a saudosa cantora Clara Nunes (1942-1983).
Clara Santhana (sim, ela é homônima da homenageada e vive ouvindo piadinhas sobre isso) é a idealizadora e protagonista da peça musical ‘Deixa Clarear’, cujas sessões nestes sábado e domingo, no Imperator — Centro Cultural João Nogueira, no Méier, são as últimas da temporada. Erika Riba vive a célebre intérprete em ‘Chacrinha, o Musical’, que está em cartaz no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, até o dia 1º de março.
“Minha participação como Clara Nunes neste espetáculo sobre o Chacrinha é muito pequena, mas ela foi uma cantora com uma força tão grande que a plateia vem abaixo, tem gente que vai às lágrimas”, emociona-se Erika.
Clara (a Santhana, não a Nunes, claro) emenda: “Tem até um boato, que nem é abordado em nenhuma das duas peças, de que o Chacrinha teria sido apaixonado por ela”, entrega. “Fato é que ele acreditou muito no potencial dela.”
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Caracterização
E, para ficar a cara da Clara, nada que uma bela peruca cacheada, ornamentada por uma tiara gigantesca ou uma coroa de flores, típicas da cantora, não resolva.
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“Além de muitos acessórios, como pulseiras, tornozeleira com búzios e vários outros penduricalhos”, lista Clara Santhana.
Assim como a homenageada, as duas atrizes também são ligadas em religiões afro-brasileiras, como umbanda e candomblé. “Já vieram me dizer que, quando eu entro em cena na pele da Clara Nunes, ela está ali comigo”, conta Erika. “Mas eu mesma nunca vi nem ouvi nada sobrenatural.”
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Em ‘Deixa Clarear’, atesta Clara Santhana, acontece o mesmo: “Também nunca vi, mas sinto a presença dela. Na verdade, sinto que há um consentimento dela. É uma responsabilidade muito grande viver Clara Nunes no palco, mas tenho certeza de que ela me dá permissão para isso.”
