Por daniela.lima
Rio - Há exatos 30 anos, às 18h de uma sexta-feira, 11 de janeiro de 1985, Ney Matogrosso dava início à maratona de dez dias de música na Cidade do Rock montada em um terreno pantanoso de 250 mil metros quadrados em Jacarepaguá. E até hoje, apesar de já terem sido realizadas 14 edições do Rock in Rio (em 2015, serão mais duas: em Las Vegas, em maio, e no Rio de Janeiro, em setembro), todos que olham para trás com saudades atestam que, mesmo com o não menos inesquecível memorável cheiro de xixi, suor e lama, nunca houve no país um festival como aquele de 1985. 
O mega-palco da edição de 2011 do Rock in RioDivulgação


No editorial do ‘Guia Oficial do Festival’, vendido na época por 4,6 mil cruzeiros, o idealizador do Rock in Rio, Roberto Medina, escreveu que “ninguém que seja incapaz de sonhar pode pretender realizar um projeto como este”. Hoje, três décadas depois, o empresário diz que continua o mesmo sonhador. “Não foi fácil realizar o Rock in Rio há 30 anos. Era um sonho, que tive que batalhar muito para concretizar. A vida é feita de sonhos e os sonhos precisam ser realizados. Bati de porta em porta e venci inúmeras barreiras para trazer para o público algo diferente, algo que mudasse a história da música do país”, orgulha-se.

E, de fato, mudou mesmo. No Brasil, não faltaram tentativas de se produzir festivais de música, como os de Saquarema, Guarapari ou Arembepe, mas todos sempre careceram de falta de estrutura e tecnologia. Ainda que com um grande atraso, foi só depois daquele primeiro Rock in Rio que começamos a conhecer como era um festival nos moldes dos que aconteciam no exterior.
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“Foi uma luta! Mas, mesmo sem muito conhecimento no assunto, o Rock in Rio de 1985 se tornou o maior festival de música e entretenimento do mundo. Aquela primeira edição foi um fenômeno, e não um projeto”, define Medina. “O Rock in Rio abriu as portas do país para os grandes shows internacionais e, de lá para cá, leva o Rio no nome para onde quer que vá.”
Portanto, o ano de 2015 será de muitas comemorações. É o ano também que marca a chegada do festival aos Estados Unidos e, de 18 a 27 de setembro, a edição comemorativa de 30 anos acontece na nova Cidade do Rock, bem próxima de onde foi montada a original. As atrações já confirmadas incluem Katy Perry, A-Ha, System of a Down e Queens of the Stone Age, que se apresentam no Palco Mundo, e John Legend, já confirmado para o Palco Sunset.
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Hoje, às 22h30, o canal por assinatura Multishow vai exibir um documentário inédito sobre a primeira edição do festival, com depoimentos de Frejat, Erasmo Carlos, Nelson Motta, Baby do Brasil e Ivan Lins, entre outros — o filme também será exibido no Canal BIS, dia 13, às 19h30.
“O Brasil não tinha um nome bom no mercado naquela época. A ideia do primeiro festival foi de uma ousadia muito grande”, recorda Frejat, no programa, e completa: “O Brasil estava muito ultrapassado em muitas coisas, dentro da tecnologia de show business, então, nem se fala, com o som, palco, transporte. O Brasil só tinha Kombi!”
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