No editorial do ‘Guia Oficial do Festival’, vendido na época por 4,6 mil cruzeiros, o idealizador do Rock in Rio, Roberto Medina, escreveu que “ninguém que seja incapaz de sonhar pode pretender realizar um projeto como este”. Hoje, três décadas depois, o empresário diz que continua o mesmo sonhador. “Não foi fácil realizar o Rock in Rio há 30 anos. Era um sonho, que tive que batalhar muito para concretizar. A vida é feita de sonhos e os sonhos precisam ser realizados. Bati de porta em porta e venci inúmeras barreiras para trazer para o público algo diferente, algo que mudasse a história da música do país”, orgulha-se.
Comemorando três décadas de existência, Rock in Rio promete sacudir 2015
Quando o Brasil entrou no mapa do rock mundial
Rio - Há exatos 30 anos, às 18h de uma sexta-feira, 11 de janeiro de 1985, Ney Matogrosso dava início à maratona de dez dias de música na Cidade do Rock montada em um terreno pantanoso de 250 mil metros quadrados em Jacarepaguá. E até hoje, apesar de já terem sido realizadas 14 edições do Rock in Rio (em 2015, serão mais duas: em Las Vegas, em maio, e no Rio de Janeiro, em setembro), todos que olham para trás com saudades atestam que, mesmo com o não menos inesquecível memorável cheiro de xixi, suor e lama, nunca houve no país um festival como aquele de 1985.
E, de fato, mudou mesmo. No Brasil, não faltaram tentativas de se produzir festivais de música, como os de Saquarema, Guarapari ou Arembepe, mas todos sempre careceram de falta de estrutura e tecnologia. Ainda que com um grande atraso, foi só depois daquele primeiro Rock in Rio que começamos a conhecer como era um festival nos moldes dos que aconteciam no exterior.
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“Foi uma luta! Mas, mesmo sem muito conhecimento no assunto, o Rock in Rio de 1985 se tornou o maior festival de música e entretenimento do mundo. Aquela primeira edição foi um fenômeno, e não um projeto”, define Medina. “O Rock in Rio abriu as portas do país para os grandes shows internacionais e, de lá para cá, leva o Rio no nome para onde quer que vá.”
Portanto, o ano de 2015 será de muitas comemorações. É o ano também que marca a chegada do festival aos Estados Unidos e, de 18 a 27 de setembro, a edição comemorativa de 30 anos acontece na nova Cidade do Rock, bem próxima de onde foi montada a original. As atrações já confirmadas incluem Katy Perry, A-Ha, System of a Down e Queens of the Stone Age, que se apresentam no Palco Mundo, e John Legend, já confirmado para o Palco Sunset.
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Hoje, às 22h30, o canal por assinatura Multishow vai exibir um documentário inédito sobre a primeira edição do festival, com depoimentos de Frejat, Erasmo Carlos, Nelson Motta, Baby do Brasil e Ivan Lins, entre outros — o filme também será exibido no Canal BIS, dia 13, às 19h30.
“O Brasil não tinha um nome bom no mercado naquela época. A ideia do primeiro festival foi de uma ousadia muito grande”, recorda Frejat, no programa, e completa: “O Brasil estava muito ultrapassado em muitas coisas, dentro da tecnologia de show business, então, nem se fala, com o som, palco, transporte. O Brasil só tinha Kombi!”
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