Por daniela.lima
Rio - Não é autorizado, mas não é proibido. Seu Jorge chegou a receber em mãos uma primeira versão do livro ‘A Inteligência é Fundamental’ (ed. MPM Neto, 176 págs., R$ 45), há uns três anos, em Maricá. “A editora ficou de mandar um exemplar do livro pronto para ele, mas não sei se ele já viu. Não fiquei pensando se ele ia autorizar ou não, porque se trata de uma homenagem, de alguém que conviveu com ele no inicio da trajetória, viu seu crescimento e ficou feliz com isso. O livro representa uma tendência atual, que é a reportagem biográfica. Não é uma biografia, em sua essência, mas traz histórias biográficas. É uma megarreportagem, que fiz por seis anos”, define o jornalista e produtor Leonardo Rivera, autor da empreitada. 
Leo Rivera e Seu Jorge%2C em um dos muitos encontros que tiveramarquivo pessoal


"Considero que o Seu Jorge colaborou da forma que ele pôde. Uma delas foi me permitir conversas em camarins, gravar material que tenho dele em vídeo. Ele tem pouco tempo, e a pesquisa jornalística quem tinha que fazer era eu mesmo.”

Rivera trabalhava na Polygram (atual Universal) nos anos 90 e foi quem levou uma fita demo do Farofa Carioca (grupo que projetou o artista) aos executivos da gravadora. O livro relata a trajetória de Jorge Mário da Silva, morador da comunidade Gogó da Ema, em Belford Roxo, até se transformar no Seu Jorge. “É a minha visão sobre ele, um artista do qual fui próximo por um período e que respeito, e vi se tornar um ídolo internacional”, orgulha-se Rivera. “Acima de tudo, é uma homenagem, é uma ótica mais voltada para o fã, que está interessado em ter suas histórias todas reunidas. Não tem muitas agruras, além do relato que ele deu sobre a perda do irmão”, ressalta o autor, citando a morte de Vitório em uma chacina, fato que culminou com Jorge indo morar na rua por três anos.

Amigos como Gabriel Moura, Pedro Luís e Ed Motta deram depoimentos exclusivos. No entanto, outros artistas com quem ele se relacionou, como Ana Carolina — com quem dividiu um bem-sucedido DVD —, não chegaram a colaborar com a publicação. “Caso eu consiga entrevistar a Ana Carolina, pode ser uma boa inserir na segunda edição. Procurei as pessoas que me eram mais acessíveis”, explica Rivera.
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