Filme 'A Entrevista': Muito barulho por absolutamente nada
O que se segue é uma sucessão de piadas rasas, clichês e momentos que se pretendem engraçados. Cotação: Ruim
Por daniela.lima
Rio - Está comprovado: além de todo mal, abusos e arbitrariedades que costumam gerar, ditaduras também conseguem promover filmes ruins. Prova disso é ‘A Entrevista’, cuja exibição levou um grupo de hackers ligados à ditadura que controla a Coreia do Norte a vazar e-mails privados da Sony — estúdio responsável pela produção — e a ameaçar com ataques terroristas salas de cinema que se atrevessem a exibir a película. Acredite: nada poderia ser mais desproporcional.
Na trama, o apresentador de um apelativo programa televisivo (James Franco) e seu produtor (Seth Rogen, também diretor de ‘A Entrevista’) ganham uma oportunidade rara: entrevistar o ditador sul-coreano Kim Jong-un. Diante dessa possibilidade, os dois são recrutados pela CIA para assassiná-lo.
O que se segue é uma sucessão de piadas rasas — boa parte delas envolvendo muita escatologia —, clichês e momentos que se pretendem engraçados. Além disso, a interpretação de Franco é tão caricata que beira o insuportável.
No fim, uma antiga e bem conhecida teoria resta comprovada: qualquer tentativa de censura a um produto cultural quase sempre acaba por promovê-lo. O que é bom. Infelizmente, no caso de produções como ‘A Entrevista’, esse tipo de ameaça serve apenas para ampliar a divulgação de um produto ruim.