Por daniela.lima

Rio - Um jovem casal de DJs deixa seu apartamentinho no Sudeste para se embrenhar na mata amazônica. Lá, deparam-se com embarcações touch screen, canoas equipadas com wi-fi, bombons verdes ativadores de perspectivas, contrabando de chips e drives, psicopatas, sereias, construções faraônicas... Quem se lembra de histórias como a de Kátia Flávia, a Godiva do Irajá, pode arriscar: sim, trata-se de mais um roteiro típico de Fausto Fawcett — com a exceção de a trama não se passar em Copacabana, seu cenário predileto. A aventura desvairada pela selva está nas páginas de ‘Pororoca Rave’ (Ed. Tinta Negra, 96 págs., R$ 35), seu quinto livro (o mais recente foi ‘Favelost’, de 2012), que tem lançamento hoje, às 20h30, no Audio Rebel (Rua Visconde Silva 55, Botafogo), com direito a show do artista. 

Acima%2C o jornalista%2C cantor%2C compositor e escritor na praia de Copacabana%2C cenário de suas personagensCarlos Moraes / Agência O Dia


“O enredo do ‘Pororoca Rave’ daria um bom filme. Aliás, acho que tudo o que eu escrevo tem essa vocação. A história da ‘Kátia Flávia’ já está em fase de produção para ir às telas”, comemora Fawcett.

Jornalista, cantor, compositor e escritor, faltava ainda o cinema. E não é difícil imaginar que a trajetória da louraça Satanás gostosona e provocante que só usa calcinhas comestíveis e calcinhas bélicas, famosa por andar em um cavalo branco pelas noites suburbanas toda nua, poderia dar um filme.

“As diretoras e produtoras Roberta Sauerbronn e Alessandra Castañeda vieram a mim com a ideia, fomos no (bar) Cervantes, batemos um papo e elas já lançaram uma história em quadrinhos da personagem, como parte de uma estratégia lançando setas para o filme. Eu adorei, porque tem uma parte do meu cérebro que é totalmente Stan Lee (o célebre criador de personagens dos quadrinhos Homem Aranha, Hulk, Homem de Ferro e Thor, entre outros). É como se a Kátia Flávia fosse o meu Batman!”, exagera.

Na literatura, Fawcett já anuncia seu próximo livro: “Vai se chamar ‘Cachorrada Doentia’, será uma reunião de vários pequenos contos, comigo falando em primeira pessoa sobre o lado mais dobermann do brasileiro, que é um ser festivo, mas morde”, detalha.

Além de autografar o livro hoje, em Botafogo, Fausto Fawcett vai subir no palco com a artista plástica e musicóloga Vivian Caccuri, e o grupo Chelpa Ferro fazendo a trilha, enquanto ele narra a história do livro ‘Pororoca Rave’.

“É um espetáculo que mistura música e teatro. Gosto de fazer show do livro, é como se o livro fosse um libreto de uma ópera, o que faço agora é uma opereta rap”, classifica.

É uma boa oportunidade para rever no palco o autor de verdadeiros clássicos da música pop brasileira, como ‘Rio 40 Graus’ e a própria ‘Kátia Flávia’.

“Eu não tenho feito exatamente shows, mas alguns shows direcionados, em certos eventos”, explica Fawcett. “Há uma interseção entre o meu lado escritor e o meu lado músico, que é o ritmo, o ritmo da fala, que leva para um certo tipo de rap, de repente, de narração”, explica.

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