Por tabata.uchoa
A danada sabe das coisas%3A até pra parar%2C soube parar no auge do brilho%2C conservando o ar de sabedoria e imortalidade dos deusesEfe

Rio - E a Gisele Bünchen se aposentou. Aquela que tem tudo que todos desejam e nada do que todos rejeitam reunidos numa pessoa só (e se não é bem assim, sinto muito, mas assim é se lhe parece). A danada sabe das coisas: até pra parar, soube parar no auge do brilho, conservando o ar de sabedoria e imortalidade dos deuses.

Então não se trata somente de sorte na genética ou sorte de estar no lugar certo na hora certa. Falamos aqui de sabedoria e coragem. Sua beleza, postura e atitude são produtos dessa sua falta de medo. Terá ela sorte com tudo? Possivelmente. Claro que a mídia e as redes sociais não mostram tropeços nem azares. A Gisele teve e terá os seus, é humanamente inevitável.

Mas é a sua sorte e sucesso o que vemos sempre. E gosto de acreditar, sem querer ser Pollyana (livro de cabeceira de gerações passadas que trata de uma menina sem tanta sorte, mas que insistia em se achar afortunada) que sorte é um jeito de ver as coisas (e o azar também!) — é ver sempre o copo meio cheio e não o meio vazio. (Gisele me parece ser dessas que se não vê o seu copo meio cheio, ela trata de enchê-lo rapidinho!)

Sorte é se tornar linda sendo uma adolescente comprida e magrela, sorte é pisar numa passarela acreditando que é uma estrela. Sorte é também encarar as lentes de um fotógrafo com um nariz avantajado (eu particularmente amo narizes que fogem do padrão, pois transmitem uma personalidade e um charme inigualáveis) e escrever posts pra lá de corretos nas redes para milhões de pessoas em português e em inglês, mesmo tendo estudado no Brasil, mais precisamente em Horizontina. É a essa sorte da Gisele que me refiro. A sorte do copo que enche. E se o copo dela às vezes fica meio vazio, ela não precisa contar nem mostrar no Instagram, pois ele vai virar meio cheio já, já pra fazer dela o que ela é.

Sua aposentadoria num momento de ápice da sua curva, além de revelar a tal sacada dos deuses, nos faz torcer pra que se torne uma tendência cada vez mais forte e viralizante: reduzir o batente quando ainda se é “profissionalmente incrível e belo” e se voltar pra outros projetos que permitam se descobrir e desenvolver novas habilidades com desafio e prazer.

Parece algo inconsistente e incoerente: permanecemos jovens por mais tempo e, em vez de prolongarmos o trabalho na proporção de nossa “juventude”, resolvemos reduzir a jornada e voltar nossos olhos para outras coisas que nos tragam realizações. Mas não, não é incoerência — é lógico e sábio. Parar no nosso melhor, perpetuar nossas competências e nos dar a chance em outros projetos de vida. Sim, todo mundo pode ser um pouco da Gisele Bündchen. Coragem!

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