Por daniela.lima

Rio - Criador do Prêmio de Música Brasileira, que vai para sua 26ª edição no Theatro Municipal em 10 de junho, com homenagem a Maria Bethânia, José Mauricio Machline mal tem dormido. “Cheguei a fazer uma conta: são 415 dias seguidos ouvindo música, quase 24 horas por dia. Levanto e antes de fazer xixi já estou ouvindo discos”, brinca Machline.

Maria Bethânia%3A show na abertura e no final%2C além de vários convidadosDivulgação

Unida ao retrato anual da MPB que o evento fornece, Maria Bethânia está presente ao longo da premiação. Na abertura, Fernanda Montenegro lê um texto sobre ela, escrito pela roteirista, Zélia Duncan. Em seguida, a própria Bethânia canta três músicas de seu repertório, ainda não escolhidas — e retorna no fim para mais três. 

“Ao longo da cerimônia, aparecem convidados para cantar músicas do repertório dela. Nomes como Caetano Veloso, Monica Salmaso com Antonio Nóbrega, Nana Caymmi com Dori Caymmi já estão confirmados. Matheus Nachtergaele e Renata Sorrah vão declamar poesias que Bethânia lê nos shows”, adianta Machline. “É maravilhoso ela estar aí, após vários anos de carreira, viva e trabalhando”.

MAIS DE MIL MÍDIAS

Aos números do início da matéria, Machline acrescenta mais. “Foram mais de mil mídias ouvidas para chegarmos aos indicados: CDs, DVDs, internet”, conta. Na lista (veja os principais ao lado), Monica Salmaso ganha quatro indicações. Na vice-liderança, tem nomes como Fernanda Takai e Hamilton de Holanda, com três indicações cada — além do grupo As Ganhadeiras de Itapuã, com dez crianças, seis músicos e mais 17 senhoras cantadeiras, concorrendo em Revelação, Melhor Grupo e Melhor Álbum (as duas na categoria regional). Alice Caymmi, que já foi Revelação, concorre a Melhor Cantora e Melhor Álbum na categoria Pop/Rock, Reggae, Hip Hop/Funk. Uma curiosidade é a presença de Luiz Caldas. O baiano teve nove (nove!) discos pré-selecionados em 2015 e concorre nas categorias Canção Popular e Regional com dois CDs diferentes.

“É, ele lançou vários discos, né? (Luiz vem colocando um disco por mês em seu site, para download, desde 2013). É fácil de categorizar”,diz Machline, sabedor de que muitos álbuns indicados mal chegaram aos ouvidos do público. “O artista tem que fazer um trabalho de divulgação sólido. Se ele tem vontade, chega ao público. Mas só no Rio Grande do Sul são lançados de 50 a 60 discos de música nativista por ano e nem em Santa Catarina sabem desses discos!”, espanta-se.

Apesar de haver uma categoria Pop/Rock, Reggae, Hip Hop/Funk, este último ficou longe do prêmio. “Os discos de vários funkeiros foram ouvidos, mas não foram indicados. O critério é qualitativo. Mas já tivemos rappers indicados, como Criolo, Marcelo D2”, conta Machline. Ele arrisca uma definição para o que considera como música “ruim”. “É a música que não é a verdadeira. O cara põe uma máscara e tenta chegar num lugar que não é o dele.” 

INDICADOS

MELHOR CANÇÃO
• ‘Ano Bom’, de Arrigo Barnabé e Luiz Tatit
• ‘Alguma Voz’, de Dori Caymmi e Paulo César
Pinheiro
• ‘Sedutora’, de Guinga e Paulo César Pinheiro

REVELAÇÃO
• As Ganhadeiras de
Itapuã
• Jean Charnaux
• Luiz Guilherme Pozzi

CATEGORIA
CANÇÃO POPULAR
MELHOR ÁLBUM
• ‘Abstraia, Baby’, de
Luciano Salvador Bahia
• ‘Matéria Estelar’,
de Rhaissa Bittar
• ‘Na Medida do Impossível’, de Fernanda Takai

MELHOR DUPLA
• César Menotti e
Fabiano
• Victor e Léo
• Zezé di Camargo &
Luciano

CATEGORIA POP/ROCK/REGGAE/ HIP HOP/FUNK
MELHOR CANTORA
• Alice Caymmi
• Juçara Marçal
• Marisa Monte

MELHOR CANTOR
• Erasmo Carlos
• Ney Matogrosso
• Zeca Baleiro

Você pode gostar