Por daniela.lima

Rio - ‘O disco já começa com um rock, e mantém essa pegada!”, anuncia Gal Costa, 69 anos, sobre o que esperar de ‘Estratosférica’. Neste ano em que festeja 50 anos de carreira, ela mostra “força na peruca” e grava, sob a produção de Moreno Veloso e Kassin, músicas de nomes que nunca haviam sido registrados na sua voz, de Marisa Monte a Marcelo Camelo, passando por Céu, Jonas Sá, Criolo, Thalma de Freitas e Mallu Magalhães. 

Aos 69 anos%2C Gal Costa segue no novo lançamento (capa acima) a tendência renovadora de seu lançamento anterior%2C ‘Recanto’%2C de 2011Divulgação


“Como poderia imaginar que, com tantos anos de carreira, ainda estaria fazendo esse sucesso, e buscando uma renovação artística? Acho que é um momento importantíssimo, para mim é instigador e animador”, entusiasma-se. 

Sim, também há no disco alguns sabores já manjados: Caetano Veloso está lá com uma canção, assim como o legendário produtor Lincoln Olivetti (1954-2015), com quem Gal já trabalhara no passado e que acabou registrando, na faixa-título, o seu último arranjo. “Quando ouvi aquela canção, me lembrei muito do trabalho que ele fez em ‘Festa do Interior’”, detalha Gal, citando o clássico de seu disco ‘Fantasia’, de 1981. 

“Acho que, nesses 50 anos, minha carreira passou por várias etapas. A juventude atual, essa nova geração, é influenciada muito pelo tropicalismo, e vão comparar esse disco novo com o que fiz naquele período dos anos 60 e 70, mais orientada para o rock. Eu me sinto lisonjeada que aquele momento histórico ainda seja uma referência forte, me orgulho mesmo.” 

Gal Costa ressalta que seu disco anterior, o renovador ‘Recanto’, dirigido por Caetano Veloso em 2011, “já era um começo dessa lembrança. Essa galera jovem já vinha me ouvindo, pesquisando gravações, e estava ligada nas minhas coisas. O ‘Recanto’ veio solidificar isso”, contextualiza a cantora. 

Antes de cair na estrada com a nova turnê, Gal finaliza o primeiro videoclipe do álbum, da canção ‘Quando Você Olha Pra Ela’, de Mallu Magalhães. “Só depois vou trabalhar no show, para estrear em agosto”, anuncia. “Como se trata também da turnê dos 50 anos, sem dúvida vou pegar canções emblemáticas da carreira. A ideia é mesclar o repertório do disco novo a coisas que gravei ao longo da vida e algumas outras que eu nunca tenha cantado antes.” 

Mas pode ser que esse passado revisitado vá até o marco inicial, o primeiro compacto, de 1965, que trazia ‘Eu Vim da Bahia’, de Gil, e ‘Sim, Foi Você’, de Caetano? “Pode ir, sim. Acho bonita essa ideia de voltar ao iniciozinho mesmo”, considera. “São tantas músicas, e tantos discos, não é? Tudo o que gostaria de cantar não cabe em apenas um show...”

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