Por nicolas.satriano

Rio - Todo dia você ouve músicas dele e nem sabe. “Costumo dizer que a boa música incidental é aquela que você não ouve. Tem que conseguir transmitir a emoção sem aparecer mais que o texto”, ensina o maestro e compositor Roger Henri, responsável pela trilha sonora incidental de ‘Babilônia’ e que já assinou trabalhos como ‘Paraíso Tropical’, ‘Lado a Lado’ e ‘Insensato Coração’, entre várias outras.

O gosto pelas trilhas é consequência de outra paixão: Roger Henri é um beatlemaníaco, e amanhã, no Teatro dos Quatro, estreia seu primeiro show solo, ‘Segundas Com Beatles’, justamente uma homenagem ao grupo inglês.

O maestro e compositor Roger Henri já fez mais de 1.600 músicas para a TVDivulgação

“Peguei os Beatles no auge deles, sempre fui ligado em arranjo, ficava prestando muita atenção nos deles e segui essa linha. Nesse meu espetáculo, faço uma releitura baseada nos arranjos originais. O que muda é que algumas músicas se transformam em jazz, outras podem virar uma bossa nova”, detalha Henri. “Mas a maior motivação de fazer esse show foi meu filho Felipe, que perdi no ano passado, vítima de câncer. Ele gostava muito dos Beatles e dizia que estava com saudade de quando eu tocava guitarra. Depois que comecei a fazer arranjos e a escrever trilhas, passei a usar mais o piano. Quando vi, me afastei da guitarra. Agora resolvi voltar!”

A ideia do ‘Segundas Com Beatles’ é ser um espetáculo instrumental, mas especialmente para a estreia ele chamou alguns cantores. “Dalto, Jorge Vercillo, Leoni, a ex-The Voice Karina Duque Estrada, que gravou comigo para a novela ‘Babilônia’ uma versão do standard ‘All Of You’, além do Dan Torres, cantando ‘Lucy In The Sky With Diamonds’ dos Beatles, que gravou na abertura de ‘Império’, e ‘Across The Universe’, que era a música deles que meu filho mais gostava”, enumera.

Aos 60 anos recém-completados, Roger Henri é parte da história da teledramaturgia brasileira. O maestro já compôs cerca de 1.600 músicas veiculadas em trilhas sonoras da TV Globo: “Sou um noveleiro porque tenho que ser mesmo, não tem jeito, é o que acontece quando se começa a trabalhar com isso.”

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