Por daniela.lima

Rio - Nunca é bom ser subestimado. Melissa McCarthy sabe disso como poucas. Ser alguém que nunca se enquadrou no padrão visual de uma protagonista hollywoodiana e estrelar produções de uma indústria que reserva boa parte dos papéis relevantes apenas para homens e mulheres de grande beleza faz com que ela entenda bem essa condição. Sua personagem em ‘A Espiã que Sabia de Menos’ — comédia que estreia no Brasil no próximo dia 4 — também passa por situação semelhante. No filme, ela interpreta a agente da CIA Susan Cooper — brilhante e eficiente, mas tão desvalorizada que há anos vive esquecida no porão da agência, trabalhando apenas como uma auxiliar à sombra do espião Bradley Fine, interpretado por Jude Law. 

Apesar de brilhante%2C no início do filme a personagem de Melissa se limita a ficar atrás do computadorDivulgação


“No começo, a Susan é capaz, mas ainda muito insegura. Uma tragédia acontece e ela perde alguém que adora. Mas, em vez de ficar chorando, ela reúne muita força e sede de vingança. Ela muda ao longo do filme. Acho isso maravilhoso em qualquer filme, ainda mais em uma comédia, quando um personagem cresce e evolui. A gente torce pela Susan porque ela comete erros, mas não desiste”, explica Melissa, em entrevista ao DIA.

A atriz trabalha pela terceira vez com o diretor Paul Feig, responsável por ‘Missão Madrinha de Casamento’, filme de 2011 que, para a surpresa da crítica, rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante para Melissa — situação incomum, uma vez que comédias costumam render pouco reconhecimento dramático no cinema.

“Minha indicação foi uma surpresa enorme. Aquilo estava acima de qualquer honra que eu poderia imaginar receber algum dia. Foi um acontecimento e tanto. Também fiquei empolgada não só por mim, mas também por ter sido indicada pelo trabalho em uma comédia, algo que não é muito comum. Olho para trás e fico feliz ao ver que fiz parte de um filme que sacudiu e demoliu a ideia de que as mulheres não são tão engraçadas quanto os homens, o que é uma ideia absurda. Eu tenho muita dificuldade para acreditar que alguém possa não conhecer nenhuma mulher engraçada. Não consigo acreditar”, surpreende-se.

O trabalho em ‘A Espiã que Sabia de Menos’ deu a Melissa a oportunidade de construir diferentes personagens dentro do filme por meio de um de seus métodos preferidos: a utilização de figurinos incomuns.

“Para mim, figurinos, perucas e maquiagem são como um parquinho de diversões. Os disfarces são uma parte especial desse processo. Foi muito divertido interpretar diversas personagens com visuais tão diferentes umas das outras. Eu me senti uma criança na loja de doces”, compara.

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