Por daniela.lima

Rio - O tempo passou rápido para a Aquela Companhia. Lá se vão dez anos desde que Marco André Nunes e Pedro Kosovski se juntaram para apresentar a montagem de ‘Projeto K’ , espetáculo baseado nas obras do escritor tcheco Franz Kafka. Tempo para avaliar o trabalho do grupo, que sempre teve forte vínculo com as criações literárias, e celebrar uma década de existência com a apresentação de dois espetáculos: ‘Laio & Crísipo’ e ‘Caranguejo Overdrive’, montagens que podem ser vistas até o dia 19, no Espaço Sesc, em Copacabana. As comemorações são complementadas com o lançamento do novo livro de Kosovski, responsável pela dramaturgia da companhia, e dão a partida para as atividades que pontuam uma década de trabalho. 

Ravel de Andrade e Eron Cordeiro protagonizam a peça ‘Laio e Crísipo’Divulgação


“Somos movidos pela ideia de construir um espetáculo através de um processo
aberto, que se renova a cada ensaio, onde atores e músicos são também criadores”, diz Marco André. “As contribuições de toda a equipe estão presentes na dramaturgia e na elaboração final da cena feita pela direção.”

Na montagem de ‘Laio & Crísipo’, inspirada no texto original de Ésquilo, Laio (Erom Cordeiro) escapa de Tebas — sua cidade natal, onde uma sangrenta disputa pelo trono torna sua vida perigosa — e é acolhido pelo rei Pélops da Frígia, que o nomeou preceptor de seu herdeiro, o adolescente Crísipo (Ravel de Andrade). Mas a relação entre mestre e pupilo acaba se transformando em paixão. Perseguidos pelo rei e pela sociedade, forjam um sequestro e se dirigem a Tebas, onde viverão um triângulo amoroso cujo terceiro vértice é Jocasta (Carolina Ferman), mulher prometida a Laio.

Já em ‘Caranguejo Overdrive’, o público acompanha a trajetória de um veterano da Guerra do Paraguai que retorna ao Rio de Janeiro e passa a trabalhar como operário na construção do Canal do Mangue. A história é pontuada por referências às canções de Chico Science e batidas eletrônicas. A música, aliada à dramaturgia, é uma das marcas registradas da companhia.

“A música, sempre com banda em cena, em trilha e canções originais ou arranjos novos, desde sempre, desempenha uma função quase narrativa”, explica Kosovski. “É uma dramaturgia musical no atravessamento entre teatro e música.”

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