Por nicolas.satriano

Rio - De mocinha, a garota de programa, passando por evangélica, Nanda Costa dá vida, a partir desta segunda-feira, à vilã ricaça Josefina, que entra na reta final desta temporada de ‘Malhação’ com um único objetivo: comprar a Ribalta para transformar a antiga fábrica em um shopping.

“Ela vai usar da sedução para isso. Acha que, porque tem dinheiro e peitos, pode tudo. Tive pouco tempo de preparação, uns 15 dias só, mas me senti abraçada por toda a equipe. Chego para gravar e vejo todos os jovens talentosos, tocando violão, cantando, num astral lá cima, artistas apaixonados”, frisa Nanda, que, até então, nunca tinha passado pela novelinha: “Engraçado que, às vezes, eu ouvia na ruas: ‘Olha lá, a menina de ‘Malhação.’ Talvez por ter uma cara mais teen. Mas isso foi antes da Morena (de ‘Salve Jorge’), porque essa, sim, foi uma personagem que marcou bastante a minha carreira.”

Em ‘Malhação’%2C Nanda Costa será a rica Josefina. Abaixo%2C a atriz como a porta-bandeira de ‘Apaixonados’ e na pele de Morena%2C de ‘Salve Jorge’Divulgação


Ambiciosa e sem escrúpulos, Josefina não medirá esforços para mandar a fábrica pelos ares. Bem diferente da atriz, que assegura não ser capaz de prejudicar o outro para realizar seus desejos. “Sempre fui determinada, corro atrás dos meus sonhos sem passar a perna em ninguém. Faço por merecer, me arrisco, aprendo com meus erros e busco o melhor. Ser interessada é diferente de ser interesseira. Tenho minhas amizades, meus contatos, e faço de tudo para conquistar meu espaço com toda dignidade. Nunca fiz mal a ninguém, e isso vai se refletindo no meu trabalho e gerando novas oportunidades. Nunca fui de panela, nunca repeti nenhum núcleo. Não sou atriz que só trabalha com determinado diretor ou autor. E não é porque tive problemas, é porque gosto de circular. Me dou bem com todo mundo”, ressalta.

Multifacetada, Nanda tem se aventurado em outra área artística: a música. Junto com a percussionista Lan Lan e o DJ Deeplick, ela compõe a Batida Nacional, banda que mistura poesia, grafite, dança e atuação. “Eu me sinto bem livre para experimentar mesmo. Sempre gostei muito de música, cantava no coral de Paraty (sua cidade natal). Aprendi a tocar violão aos 14 anos, mas nunca tinha pensado em me arriscar dessa forma. Há um tempo fiz uma leitura de ‘Desde que o Samba é Samba’, de Paulo Lins, na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) e convidei a Lan Lan e o Deep para fazer comigo. Deu tão certo que comecei a participar mais. Eu que me convidei, na verdade, a banda já estava muito bem, obrigada. Não sou cantora, nem conhecida como tal, mas queria estar envolvida. Posso cantar como personagem e estou fazendo aulas de canto. É livre, ousado, e por que não fazer? Arte não é uma coisa só”, destaca ela.

A artista, que já se apresentou para quatro mil pessoas no Réveillon de Paraty, não descarta a possibilidade de gravar um CD. “Se me der vontade e eu tiver material para isso, deixo acontecer. Estou numa onda de compor agora (ela fez ‘Ninfa Baby’ em parceria com a Lan Lan). Se eu curtir muito e achar que vale a pena, não vejo problema. Vou tocando minha vida um dia de cada vez”, diz Nanda, que deixa claro: “Nunca deixaria de atuar. Essa é minha paixão.”

Como boa parte dos atores que cantam e sofrem preconceito, ela também sente a cobrança por acumular as duas funções: “O brasileiro é antigo, se incomoda com o sucesso dos outros, tem que criticar. Ninguém quer ouvir, conhecer. Às vezes, você pode fazer um trabalho ruim, mas não quer dizer que seja um artista ruim. As pessoas estão muito impacientes e intolerantes. Essa coisa da internet faz todo mundo querer tudo muito rápido. Em ‘Salve Jorge’, eu recebi muita crítica no início, mas sentia tanto carinho das pessoas nas ruas que eu não entendia. Esses que criticavam (virtualmente) não botavam a cara. Me sinto segura no caso do Batida. Estou em boas mãos, me jogo com o aval dos meus parceiros. Sempre vai ter alguém para falar mal, o importante é me divertir.”

Nanda, que é essa metamorfose ambulante, ainda passará por outra transformação radical. Ela tentou fazer mistério, mas é sabido que vai cortar o cabelo curtinho para gravar a nova série policial do GNT, ‘Espinosa’, de José Henrique Fonseca: “Gosto de me sentir diferente. Isso ajuda a sair do lugar comum. Traz um frescor. Estou procurando uma personagem para poder raspar a cabeça e radicalizar de vez.”

No filme ‘Apaixonados’, previsto para chegar aos cinemas em janeiro, ela vive a porta-bandeira Cássia. “A história se passa durante o Carnaval. Tive aulas com a Verônica (Lima), porta-bandeira da Grande Rio. Minha roupa pesava quase 40 quilos. Tem que ter uma força e muita técnica. Quem faz o meu pai é o Roberto Bonfim, presidente da escola. Ele passa mal na véspera do desfile e minha personagem fica desesperada. Daí ela se apaixona, de cara, pelo médico (Raphael Viana) que vai salvar a vida do pai dela”, conta. E você, Nanda, acredita em amor à primeira vista? “É claro.

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