Por tabata.uchoa

Rio - País que é líder mundial no ranking de livrarias por habitante, com mais de 2 mil lojas dedicadas aos livros, a Argentina será a grande homenageada na 17ª Bienal Internacional do Livro, que absorve o gigantismo literário do país hermano e cresce em 2015 com números interessantes ao público. O evento, maior do gênero no Brasil, ocorrerá no Riocentro de 3 a 13 de setembro e contará com a presença de mais de 200 autores, recorde que se repete nas 27 participações estrangeiras.

Bamboleio será o espaço dedicado às crianças%2C com referências aos aros olímpicosDivulgação

A intensa programação, que no centro de convenções turbina os habituais debates, encontros literários e saraus, com ênfase no público jovem, se espalhará pela cidade com shows e exposições. Haverá apresentações de tango na Sala Cecília Meireles, e mostras no Museu Nacional de Belas Artes e na Biblioteca Parque Estadual, que receberá exposição dedicada à personagem Mafalda, célebre nas tiras de quadrinhos do cartunista argentino Quino. Entre os brasileiros, Mauricio de Sousa festejará seus 80 anos recebendo um prêmio literário, e terá sua trajetória e personagens homenageados em estande no Riocentro.

“A Bienal alcançou a classe de grandeza de eventos cariocas como o Carnaval, o Réveillon e o Rock in Rio, e temos que inovar e crescer. Será a maior de todas, com grade cultural enorme para todas as idades”, disse Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), na entrevista concedida para apresentar o evento, no Consulado da Argentina.

Ele afirmou que há 950 expositores confirmados, com público esperado de 600 mil pessoas, sendo 150 mil estudantes de escolas municipais e particulares.

O visual dos Cubovoxes, cubos gigantes com arena para debates variados.Divulgação


O espaço físico para os estandes, auditórios e instalações temáticas é também o maior entre todas as edições anteriores, com a abertura dos jardins da praça central do Riocentro, e as áreas de maior atração aos visitantes ganharão instalações de arquitetura integrada aos propósitos de reflexão.

O estande Argentina, Cultura em Movimento, em formato que lembra as geleiras da Patagônia, e também o relevo das montanhas do Rio, vai concentrar as atividades do país homenageado. Estarão presentes 14 autores de peso argentinos, e estão previstas mais de 15 mesas redondas em temas variados.

Novidade na Bienal, o SarALL será um espaço aberto em parceria com a Festa Literária das Periferias (Flupp), reunindo poetas e grupos literários de partes diversas do país para trocar experiências, recitar poesias e textos, com microfone aberto à plateia. O Café Literário terá um espaço para autógrafos e encontros com grandes autores, e colocará na pauta temas como a polêmica das biografias. Já os Cubovoxes serão grandes cubos onde adolescentes e jovens adultos debaterão tendências de cultura e comportamento, com a presença de personalidades e autores.

Dedicado ao público infantil, o espaço Bamboleio terá visual baseado nos aros coloridos dos Jogos Olímpicos, e inúmeras atividades interativas, com bibliotecas, cabines de leitura, jogos e brincadeiras envolvendo a cultura de diversos países.

Café Literário vai abordar moda

O tango em diferentes vertentes vai representar a música argentina na Sala Cecília Meireles. O quinteto Ariel Ardit fará homenagem ao compositor Carlos Gardel, e o grupo contemporâneo Escalandrum tocará Astor Piazzolla com tintas de jazz.

Durante a Bienal, o Museu de Belas Artes vai apresentar a mostra Lo Que Se Ve, com fotografias da argentina Adriana Lestido, de temática social. Na Biblioteca Parque Estadual a atração será a mostra Mafalda En Su Sopa, dedicada à famosa personagem do cartunista hermano Quino.
No Café Literário serão abordados temas como a crise no Brasil, as Olimpíadas, a cultura carioca nas letras e as manifestações populares. A editora de moda do DIA, Marcia Disitzer, dividirá uma das mesas com o estilista Ronaldo Fraga e a jornalista Maria Prata, que fará a mediação.

Na comitiva de autores argentinos há nomes como Diana Bellessi, Sergio Olguín e Claudia Piñero. Os temas dos debates visitam assuntos como o cruzamento de influências das literaturas argentina e brasileira, as histórias em quadrinhos e as relações da literatura argentina com o amor, o exílio, o cinema e o futebol.

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