Por bianca.lobianco

Rio - Sucesso de crítica, o filme nacional 'Que Horas Ela Volta?", da diretora Anna Muylaert, vai representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2016 na categoria de melhor filme em língua estrangeira. O anúncio foi feito pelo Ministério da Cultura nesta quinta-feira após a reunião da Comissão Especial de Seleção, no Rio.

No filme, Val, intepretada por Regina Casé, é empregada há 13 anos em uma casa no Morumbi, bairro nobre de São Paulo, e se vê às voltas com a chegada da filha, Jéssica, vivida pela atriz Camila Márdila. A jovem chega discordando de tudo, principalmente das colocações de Bárbara (Karine Teles), a dona da casa, e colocando em questionamento a posição da mãe, que acredita ser parte da família.

Regina Casé e Michel Joelsas em cena do filme 'Que Horas Ela Volta%3F'%2C de Anna MuylaertDivulgação

No longa, também é possível acompanhar a relação afetuosa de Val com Fabinho (Michel Joelsas), o filho dos patrões criado pela pernambucana.

“Acho que no filme, todo mundo se reconhece um pouco em cada personagem. Eu, por exemplo, quando era pequena, passava grande parte do meu tempo deitada no colo da minha babá, pois meus pais viajavam muito. Outra situação que lembra muito a da Val é que quando a Ana veio cuidar da Benedita, minha filha, ela também teve que deixar o filho pequeno lá no Maranhão. Era um sofrimento muito grande pra ela. Demos um jeito e, um ano depois, o Carlinhos veio para o Rio morar com a gente", conta a protagonista Regina Casé.

Cenas do filme dirigido por Anna Muylaert%2C que estreia hoje Divulgação

Nascida e criada na Zona Sul do Rio, Regina sempre mostrou-se segura ao exibir o seu lado popular e com o filme faz um alerta sobre a forma como as empregadas domésticas são tratadas no Brasil.

“Eu acredito que muito mais do que falar dos direitos que precisam ser garantidos por lei e do salário digno, que são fatores importantes, o que temos que pensar é que ser babá, cozinheira ou arrumadeira é ter uma profissão tão importante quanto qualquer outra. Quem escolhe essa função não pode vê-la como última opção. O que restou para aquela pessoa fazer da vida. Tem que ser uma escolha consciente. Até para ajudar a mudar essa visão preconceituosa das pessoas”.

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