Por tabata.uchoa
Romulo (E)%2C Criston%2C Miguel e Igor%3A banda de Porto Velho na Som LivreDivulgação

Rio - Em seis anos de existência, o Versalle mais ensaiou do que tocou. As coisas mudaram: revelado para o Brasil através da batalha de bandas ‘SuperStar’ e com o primeiro CD, ‘Distante Em Algum Lugar’, programado para sair em novembro pela Som Livre, o grupo de Porto Velho (RO) encara uma agenda cheia, incluindo um show no festival Mada (em Natal, RN) neste fim de semana, uma apresentação no Lollapalooza (São Paulo) em março de 2016 e a turnê ‘Avante’, que rola pelo Brasil. Levando em conta que o grupo chegou a ser encarado como um hobby por alguns de seus integrantes, nem eles acreditam.

“Tá sendo mesmo um sonho, porque nunca nenhuma banda da cidade conseguiu assinar com gravadora”, espanta-se o guitarrista Romulo Pacífico, que divide com Criston Lucas (voz e guitarra), Miguel Pacheco (baixo) e Igor Jordir (bateria) influências musicais que incluem Muse e Queens Of The Stone Age. “Até o ‘SuperStar’, nosso retorno era só satisfação pessoal. Poucos lugares em Porto Velho se abrem para bandas que não sejam cover. Nem cobrávamos cachê! Acho que incentivamos alguma coisa na cidade. Vai rolar até um festival com 30 bandas autorais de Porto Velho. Nem sabíamos que havia 30 bandas autorais aqui”.

A banda não era definitivamente uma opção para pagar as contas. Os músicos se viravam em seus próprios empregos. Criston, o vocalista, tinha um grupo de baile que tocava de flashback a sertanejo universitário, passando por forró. “A gente é meio sofisticado nas influências, mas queremos soar populares. Esperamos que o que aconteceu com a gente sirva de exemplo não só para outras bandas, como também para o pessoal de Porto Velho passar a consumir os grupos daqui. Tendo demanda para um artista no estado dele, ele não vai para outros cantos”, assevera Romulo. Justamente pela pouca demanda o Versalle está de malas prontas. Vão se mudar para o Rio, talvez para um apartamento no Recreio. “No Sudeste é mais fácil para a gente sair para qualquer lugar do Brasil. O Recreio é perto da Som Livre. Facilita mais”, conta Romulo.

O disco que sai em novembro (e traz músicas como ‘Verde Mansidão’ e ‘Vinte Graus’, conhecidas do ‘SuperStar’) teve produção de Aurélio Kauffmann e André Valle. Antes o grupo tinha um independente. “Mas esse é o que conta como primeiro. No outro disco não tínhamos recursos”, diz o guitarrista. “Nosso objetivo era deixar o som coeso, sem descaracterizar. Os produtores brincaram que era só não atrapalhar que a gente fazia o resto”, diverte-se.

Você pode gostar