Rio - 'Eu te levava prum passeio em Paquetá, onde nasceu num piquenique o nosso rancho, o Ameno Resedá”. A primeira vez que ouvi esses versos, eu não sabia direito onde ficava a adorável Ilha, azar o meu. Mas sabia que por lá havia uma certa “Pedra da Moreninha, onde tudo começou”. Rancho e pedra estão na canção ‘Santo Amaro’ (Franklin da Flauta, Luiz Carlos Ramos e Aldir Blanc). Não conhecia Paquetá, mas já conhecia a prosa e os versos de Aldir, sorte a minha.
Acho o lugar uma lindeza e a travessia nas barcas uma delícia. Ainda mais agora que muitas aves queridas de minha fauna bateram asas praquelas bandas, tenho uma quantidade grande de amigos morando lá. Sei que a Baía é rasa, mas ali se encontram, mergulhando em “águas profundas”, meus compadres e comadres por afinidade Ize Sanz, Flávio Aniceto, Cristina Buarque, Rick Goodwin e Ana Pinta, Bel e Wadih, Pedrinho Amorim e Conceição, Jorge Roberto e Leila, Marco Carvalho, entre outros.
Vou à Ilha menos do que gostaria, mas neste fim de semana lá estarei, nem que tenha que fazer o trajeto a nado. É que acontece, entre os dias 6 e 8 (sexta, sábado e domingo) o ‘Festival da Guanabara — um encontro das culturas em Paquetá’, juntando música, teatro, literatura, contação de histórias, palestras e o que mais o distinto público inventar de inventar. O furdunço acontece nas dependências do Paquetá Iate Clube, no Parque Darke de Mattos, na Casa de Artes de Paquetá e em bares, restaurantes, casas e logradouros públicos, tudo junto e misturado, embora cada um no seu canto, dia e horários diferentes.
A programação é extensa, mas já estou me guardando para o show de Cristina Buarque e Paulão 7 Cordas (sábado, 17h30, na Casa de Artes); a palestra ‘Falando de Anacleto de Medeiros’, com o historiador, escritor e pesquisador da MPB André Diniz e a fotógrafa Cecília Fonseca, sobrinha-bisneta de Anacleto de Medeiros (também no sábado, às 15h30m, no Paquetá Iate Clube); e as intervenções culturais de estímulo ao livro, à leitura, à música, à fotografia, à dança, às artes visuais e outras manifestações culturais em pontos como Praia da Moreninha, Ponte da Saudade, bares, postes e esquinas, com artistas moradores do pedaço.
Também trabalharei um pouquinho por lá, que ninguém é de ferro: além de promover um lançamento da Agenda Música Brasileira 2016, que tem texto meu e caricaturas de Amorim, mediarei a mesa de bate-papo sobre coisas nossas (por conta dos 450 anos do Rio de Janeiro), com o diretor teatral Amir Hadad, criador do ótimo grupo Tá na Rua, e Alfredo Melo, o Alfredinho do Bip Bip, templo da música, do charme, da simpatia e da convivência cariocas.
Paquetá vai bombar.