Por karilayn.areias
Rio - A força de Frida Khalo vai muito além da sua imagem, das flores na cabeça e da ‘monocelha’. Além da sua obra, que deixou um enorme legado para o mundo das artes, a artista mexicana também teve grande influência para a moda, e tem sido inspiração para fantasias de Carnaval. Nunca se viu tantas Fridas em blocos pelas ruas cariocas. Pode também ser influência da Exposição ‘Frida Kahlo: Conexões Entre mulheres Surrealistas do México’, que mostra 30 obras, além de acessórios e suas roupas exóticas e coloridas, na Caixa Cultural.
Roupas e acessórios usados pela pintoraDivulgação

Os organizadores da exposição calculam receber 400 mil visitantes até o dia 27 de março, último dia da mostra, que é gratuita. As senhas podem ser retiradas pelo site, mas já estão esgotadas até 15 de fevereiro. Mas quem quiser arriscar a sorte, pode fazer fila por ingressos distribuídos em vários horários. Devido à enorme procura no site, deve-se abrir novo lote de ingressos.

No Carnaval, a exposição vai estar fechada. Mas muitas Fridas estarão botando o seu bloco na rua. É o caso da consultora de estilo Juliana Sena, de 37 anos, que ensina no seu blog (elropero.com.br) como fazer, de várias formas, incríveis fantasias da artista mexicana. “Há 3 anos, faço esse projeto de inspirar as pessoas a criarem sua própria fantasia, gastando pouco. E a Frida foi a que me deu mais prazer. Criar a fantasia de Frida foi uma forma de representar a força da mulher, como ela, através da cores, flores.”

Tudo a ver com o Carnaval carioca. Juliana dá a dica: um vestido bem colorido, presilhas e flores de cabelo, xale, brincos e colares exóticos. Além da personalíssima monocelha da artista, feita a lápis.

Julia Barbosa e Mariana Aquino fantasiadas de FridaDivulgação

A pequena Julia Barbosa, de 12 anos, nem precisou pesquisar na internet a melhor forma de produzir sua fantasia: ela mesmo construiu sua Frida moderna. E fez um tremendo sucesso nos blocos em que desfilou no último fim de semana. Foi parada várias vezes para fazer fotos e receber elogios. “Todo mundo dizia que fui muito criativa. Gosto do estilo das roupas dela e acho que deveria ter sido reconhecida em vida. Fiz mesmo como homenagem”, conta Julia, que pretende assistir à mostra da artista mexicana que lhe inspirou.

A mineira Mariana Aquino serviu de modelo para a irmã, Luana Aquino, que é maquiadora e fez várias sugestões de fantasias em sua página de trabalho no Facebook. Os motivos são quase os mesmos de Juliana: a fantasia é fácil de fazer com material que se tem em casa. “Mas sou louca pela Frida, um ícone das artes, que também desempenhou um papel muito importante como mulher forte e independente. E o colorido de suas roupas tem tudo a ver com o Carnaval”, explica Mariana. 

As roupa de Frida
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Frida foi uma pintora surrealista mexicana das décadas de 20 a 40. Sua vida pessoal é tão impressionante quanto sua arte. Aos 22 anos, casou-se com o pintor Diego Rivera. Bissexual, ela manteve uma união tumultuada com vários casos extraconjugais, um dos mais famosos foi com Leon Trotski. Adotou as longas saias no estilo tehuana, da região de Oaxaca, no Sul do México, para esconder que tinha uma perna mais curta do que a outra, sequela da poliomielite que teve aos 6 anos. As saias eram combinadas com corseletes e até com coletes de gesso que precisava usar por causa dos problemas na coluna com os quais conviveu a vida inteira após um acidente de bonde aos 18 anos. Morreu de pneumonia em 1954. 
Inspiração feminina
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A fascinação que Frida Khalo exerce sobre as mulheres é tão grande que, no último domingo, várias mulheres visitaram a exposição usando roupas coloridas ou até mesmo fantasiadas como a artista mexicana. Ainda bem que depois que o Carnaval acabar, vai ter mais oportunidade de ver parte da obra da artista na Caixa Cultural. A mostra fica aberta de terça a domingo, das 10h às 21h, na Caixa Cultural (Av. Almirante Barroso 25, Centro). As senhas podem ser retiradas pelo site frida.ingresse.com ou no próprio local. Cada pessoa pode retirar quatro ingressos com um CPF.