Rio - Prevista para estrear dia 11 de abril, ‘Liberdade, Liberdade’ é a nova novela do horário das 23h da Globo. A trama gira em torno da heroína Joaquina, filha de Tiradentes, uma mulher destemida, que carrega no sangue o símbolo da luta pela liberdade. “Ela está à frente do seu tempo”, conta a atriz Andreia Horta, intérprete de Joaquina.
A novela acontece num Brasil hipotético do século XVIII, na capitania Vila Rica, em Minas Gerais. Andreia é só elogios para a sua personagem. “Queria muito viver essa mulher de vanguarda em um tempo ainda mais sombrio do que hoje. Ela fez meu ofício valer muito a pena”, vibra a atriz. “Ela é uma mulher pós-feminista. Não defende bandeiras. As mulheres eram muito subordinadas e a Joaquina tem força de atitude”, emenda Andreia. “Ela tem uma força atávica e desperta sensos de justiça sem contaminação”.
Na trama — com muita ação e cenas de nudez, segundo o diretor artístico Vinícius Coimbra —, Andreia quer fazer jus ao sangue revolucionário que corre nas veias de Joaquina.
A cidade cenográfica nos transporta a uma cidade histórica mineira, onde corria o ouro, com igreja, taverna, charrete e casas coloniais. Para reconstruir o Brasil, de 1792 a 1808, as equipes de cenografia, produção de arte, caracterização e figurino embarcaram em uma viagem através de livros, pinturas e filmes rumo aos tempos da colônia.
Mas para Vinícius o importante é desconstruir. “Ninguém esteve lá para dizer como era”, brinca o diretor. “É uma história inventada. É tudo embasado, mas pegamos linhas gerais e criamos em cima. Estou agindo como um inventor. Quem vai falar que não era assim?”, questiona ele. “E gravamos nos arredores de Diamantina, uma região de poeira e estrelas”, diz o diretor, citando uma frase de Guimarães Rosa. “Construímos uma cidade com muito ocre, cor branca suja e formas irregulares. É tudo supostamente real”.
O público pode esperar uma trama forte, com ação e muito romance. “A mulher brasileira precisa torcer por um casal”, opina Vinícius. Na novela, Joaquina terá dois amores: primeiro, ela se apaixona pelo vilão Rubião (Mateus Solano), intendente da cidade e defensor dos valores da família real portuguesa. Depois, a personagem vai se envolver com o médico Xavier (Bruno Ferrari), revolucionário como ela.
Na cidade cenográfica de Vila Rica, onde se passam os principais acontecimentos, nos estúdios Globo, as equipes de cenografia, assinada pelo diretor de arte Mario Monteiro, e produção de arte, a cargo de Marco
Cortez, resgataram a arquitetura mineira em cerca de 30 prédios que compõe o espaço de quatro mil metros quadrados. Paredes com acabamento primário, tons terrosos em todas as suas variações, madeira de demolição, telhas de cerâmica e reproduções de pedra pé de moleque são algumas das características que remetem à época. Tudo para dar mais veracidade ao local e ao período.
No que se refere aos móveis e peças do cenário, a busca em antiquários mineiros e o contato com colecionadores de antiguidade foram essenciais. Cadeiras, camas, carruagens e liteiras, entre outros móveis e objetos, dão ainda mais verdade ao espaço.
Para circular nesse ambiente, a equipe de figurino, liderada por Paula Carneiro, caprichou nos espartilhos, peça-chave da indumentária da época. “Pedi para os figurinistas deixarem um espacinho para eu atuar”, brinca Andreia, referindo-se à famosa falta de ar provocada por este famoso item do guarda-roupa feminino.
Reportagem Eduardo Minc