Por karilayn.areias
Personagens trash%3A Larissa como 'mulher-diabo'Divulgação

Rio - Conhecida pelas performances que faz na noite carioca encarnando personagens como a Mulher Diabo, a atriz e dançarina Larissa Maxine, 31 anos, está no ar. No Canal Brasil, segunda às 23h50, participa da série ‘Desanimação’, paródia de reality show mostrando o dia a dia do estúdio de animação Toscographics, do desenhista Allan Sieber (escrita e encenada pelo próprio Allan, que interpreta a si próprio). Em julho, é a vez de mais um desafio, ‘Stella Models’, também do Canal Brasil.

Na série, dirigida por Samir Abujamra, Larissa divide a personagem Hermínia Maria, uma ex-garota de programa, com a experiente Stella Miranda. “Faço a personagem durante a juventude, antes de ela ser presa”, diz. “Eu e Stella nos encontramos bastante, até para uma pegar os gestos da outra. Eu ainda estou naquela fase de ‘menina, tô dividindo o trabalho com a Stella!’. Ela é superexperiente!”, exclama, rindo.

Nascida em Curitiba, Larissa Jorge (seu nome verdadeiro) costuma aparecer com pouca roupa nas performances que faz em locais como o Saloon 79, em Botafogo, e o Castle of Vibe, na Lapa. E vê uma forte consciência política e histórica no ato de mostrar o corpo. “A pesquisa para meus personagens passa pelos filmes de terror, pelo sangue, chifre, Frankenstein, Béla Lugosi, pelo mundo bizarro. Se bem que o bizarro é a corrupção combatida com camisa da CBF e a mulher ser estuprada por 33 homens”, afirma. Em uma performance recente, ela levou cartazes com frases como “o estupro não é culpa da mulher” e os grampeou nos corpos de homens que participavam do espetáculo (sim, com um grampeador de verdade!).

“Passei por coisas pesadas. Sofri violência física aos 13 anos e ouvi que a culpa era minha. A mulher se sente muito sozinha nessas horas. Ela não pode se calar nem abaixar a cabeça”.

Larissa já havia trabalhado em TV fazendo uma participação na série de humor ‘PunchTV’, feita em Curitiba e exibida no canal Comedy Central. A opção pela dança, conta, a levou a ser mal interpretada algumas vezes. “Apareceram pessoas achando que eu era prostituta. Não sei se eram pessoas que gostariam de estar no meu lugar ou que apenas denegriam a prostituição, que é um trabalho como outro qualquer. Mas quem é amigo de verdade não me discrimina”, conta Larissa, que se separou há um mês e meio e diz que namoraria um fã. Ou até uma fã. “Tive namoradas e foram ótimas. Nem penso em homem e em mulher, penso em pessoas”, conta.

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