Por karilayn.areias
Max lança nova música após dez anos sem gravar discos%2C com influência de ‘Come As You Are’%2C do NirvanaANDERSON ZACA

Rio - Sucesso como produtor, cantor e compositor na década passada, Max de Castro passou dez anos sem lançar músicas novas. Mas não estava parado: fez jingles e trilhas e produziu o irmão Wilson Simoninha, com quem vem fazendo desde 2009 o ‘Baile do Simonal’, em homenagem ao pai, Wilson Simonal (1938-2000), popularíssimo nos anos 60 e 70. “É um projeto que não tem data de validade. Rola pelo menos um show do ‘Baile’ por mês e participamos de momentos importantes da vida das pessoas: Réveillons,aniversários de cidades”, conta. Max retorna agora lançando uma música nova, ‘Disposição’, por enquanto apenas nas plataformas digitais. E na semana passada, realizou um sonho tocando com músicos da New Power Generation, banda de Prince, em São Paulo.

Prince é uma referência forte para Max, que por coincidência estava em Los Angeles quando o cantor americano morreu, em 21 de setembro, e tinha um almoço marcado no dia seguinte com o baixista do músico, Andrew Gouche. Durante o encontro, alinharam a parceria para um show. “Lembro até da primeira vez que ouvi Prince, num programa apresentado pelo (DJ e radialista) Kid Vinil nos anos 80. Ele era muito comparado com Michael Jackson, só que o Micahel era o bom moço, e ele era mais sacana no palco”, conta Max, esperando o momento certo para trazer o show ao Rio, com Gouche, John Blackwell (bateria), Dominique Taplin e Cassandra O’Neal (ambos tecladistas). “Tentamos tocar no Boulevard Olímpico, mas seria muito caro”.

Iniciado na carreira solo com o clássico ‘Samba Raro’ (2000), que unia samba, música pop e sons eletrônicos, Max surpreende fãs trazendo influências do grunge do Nirvana em ‘Disposição’, que começa com um “venha como você estiver/venha como você é” tirado de ‘Come As You Are’, do grupo liderado por Kurt Cobain (1967-1994). “Kurt era um grande compositor. Quando surgiu o ‘Nevermind’ (segundo disco da banda, de 1991), foi um choque para todo mundo. Foi uma volta do rock básico na época em que Michael Jackson, Madonna e Prince, os expoentes dos anos 80, pareciam meio perdidos”, lembra.

Com quatro CDs solo gravados, ele vem se acostumando à música digital. “Sou que nem aquele personagem do Zeca Pagodinho, que chega na festa e só sobra o bagaço da laranja (da música ‘O Bagaço da Laranja’, de Zeca e Arlindo Cruz). Cheguei ao fim da era do CD”, brinca. “Há dez anos, tinha aquela discussão chata de ‘não precisa mais de gravadora, vamos dar o disco de graça’. Fui estudar os melhores caminhos para lançar músicas. Sou de outra época. Hoje, o tempo que as pessoas dedicam para ouvir música e ir a shows é dividido com caçar Pokémon, mandar vídeo de pegadinha no grupo de Whatsapp”, diz, rindo. “É uma rotina que não existia antes. E que suga o tempo”.

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