Por gabriela.mattos

Rio - "Passamos de ano, tiramos 10 com louvor. Fomos aceitos pela casa, crítica, público, então a gente se sente mais tranquilo para cursar o segundo ano com mais leveza para se divertir”, frisa Marcos Caruso, o Seu Peru, sobre a segunda temporada da ‘Escolinha do Professor Raimundo’, que estreia hoje, às 20h30, no Viva , com 10 episódios — e dia 16 de outubro, às 12h45, na Globo, com mais seis inéditos. “As pessoas que conheciam o Zé pelo seu intérprete original elogiam, e as que não conheciam, também têm um encantamento muito grande por todos esses personagens da ‘Escolinha’. E eu fico muito feliz porque fui uma criança que assistiu à ‘Escolinha’ e fico feliz quando vejo crianças gostando do que a gente está fazendo”, completa Mateus Solano, intérprete do Zé Bonitinho na atração.

Na estreia, Zé Bonitinho chega atrasado porque seu Bonitomóvel foi parado na blitz da Lei Seca. Temas como UFC e brincadeiras de festa infantil como “milícia-e-ladrão”, “sequestrinho-relâmpago” e “pic-pega zika vírus” são outros destaques do primeiro dia do programa. Em outro episódio, Seu Peru aparece vestido de Branca de Neve para montar o espetáculo ‘Branca de Neve e os Sete Anões Pintosos’ com os colegas de classe.

Intérprete do Seu Peru%2C Marcos Caruso diz que humor ingênuo é um dos fatores de sucesso do programa Divulgação

Para Solano, existem diferenças básicas entre as duas temporadas. A primeira era uma homenagem. A segunda não deixa de ser um tributo, mas os personagens já estão relacionados com a imagem dos novos atores, não só com a dos intérpretes originais. “A gente tem um pouco mais de propriedade, não do personagem daquele ator, mas do personagem, da forma com a qual a gente se apropriou dele”, salienta.

Caruso vai além. Segundo ele, outro diferencial está na interação dos alunos brincalhões. “A primeira temporada foi o ator respondendo mais diretamente ao professor, sem falar com a classe, mas nessa temporada os personagens interferem mais nas respostas da classe”, observa.

A lista de chamada continua basicamente a mesma. O professor Raimundo (Bruno Mazzeo) colocando ordem na classe, que — além de Seu Peru e Zé Bonitinho — é formada por Aldemar Vigário (Lucio Mauro Filho),  Armando Volta (Evandro Mesquita), Baltazar da Rocha (Otávio Müller), Batista (Rodrigo Sant’Anna), Cacilda (Fabiana Karla), Cândida (Maria Clara Gueiros), Capitu (Ellen Roche), Catifunda (Dani Calabresa), Dona Bela (Betty Gofman), Galeão Cumbica (Kiko Mascarenhas), Joselino Barbacena (Ângelo Antônio), Marina da Glória (Fernanda de Freitas), Pedro Pedreira (Marco Ricca), Ptolomeu (Otaviano Costa), Rolando Lero (Marcelo Adnet), Seu Boneco (Marcius Melhem) e Tati (Fernanda Souza).

Enquanto Zé Bonitinho é um galanteador de marca maior, seu intérprete conta como era quando solteiro — ele é casado com a atriz Paula Braun, desde 2008. “Não sei se mais galanteador ou mais tranquilo. Mas, sem dúvida, quanto mais tranquilo, melhor”, frisa. “Já conheci gente que se dizia o tal e não era o tal. Isso tem aos montes por aí!”, completa.

No quesito bagunça na sala de aula, Caruso deixa claro que nunca foi da turma dos que fazem algazarra durante a classe. Na verdade, ele nunca foi muito de estudar na sua época escolar. Ele lembra que tinha uma relação interessante com a escola, pois não se lembra de ter estudado para uma prova sequer. “Prestava atenção na aula e aquilo me bastava. Recebia informações e aquilo era o suficiente para os testes”, gaba-se.

Marcos Caruso acredita que o humor ingênuo e descompromissado da ‘Escolinha’ faz falta na televisão contemporânea e foi um dos principais fatores do sucesso do programa e do aumento de episódios dessa temporada. “Aliado a isso, o formato clássico que o Chico Anysio criou é imbatível, todos nós passamos por escola na vida, temos essa relação, aluno-professor, aluno-aluno. Sem falar que é atemporal e que foge ao espaço, pois pode funcionar tanto na China quanto na Grécia, ou como em qualquer outro país do mundo”, defende.

Caruso ainda lembra que o humor não precisa vir do defeito físico ou moral para fazer graça, mas sim da situação. Para o ator, o brasileiro é mestre em fazer graça de situações do cotidiano, como quando acontece alguma coisa trágica na economia ou política e cinco minutos depois já tem uma piada pronta. “O politicamente correto não deveria ser um empecilho, mas uma constante no humor brasileiro. No humor, não precisamos escrachar e nem abaixar a calça e mostrar a bunda. O brasileiro vestido é capaz de ter bom humor”, frisa.

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