Por karilayn.areias

Rio - Quando Reynaldo Gianecchini estreou na TV, em 2000 — como protagonista em ‘Laços de Família’, da Globo— não tinha experiência como ator. E mesmo assim não amarelou diante do desafio. Encarou águas desconhecidas e mergulhou de peito aberto. Como faz Pedro, um velejador de águas calmas e agitadas em ‘A Lei do Amor’, e mais um protagonista no currículo do intérptrete.

Reynaldo Gianecchini na pele de Pedro%2C na novela 'A Lei do Amor'GShow/ Ramon Vasconcellos

“Na minha primeira novela não sabia realmente nada, fui jogado na cova dos leões, ‘se vira’. Um personagem enorme, com carga horária de trabalho muito grande... Hoje em dia eu olho e acho bonito de me ver lá atrás cheio de vontade de aprender. Eu prefiro ver um ator verde, mas com vontade de aprender, do que um ator maduro e acomodado”, defende Reynaldo Gianecchini que na véspera do Dia das Crianças, lembra de uma travessura dele de infância. “Roubar do supermercado brindes de umas tatuagens que vinham no shampoo. Nunca me pegaram”, brinca.

Mas e se ele não fosse intérprete, qual outra profissão gostaria de seguir? “Se pudesse me transformar em alguém, gostaria de ser um cantor de multidões. Porque deve ser muito incrível cantar para muita gente e a musica para mim é uma das formas mais sensacionais de comunicação”, salienta. “Não canto bem, estou em um processo de dar uma melhorada porque eu era terrível”, completa aos risos.

Depois de viver o michê Anthony de ‘Verdades Secretas’, da Globo, Giane está de volta à TV, mas como o mocinho Pedro da novela das 21h, de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari. Para viver o protagonista, que é um velejador, o ator passou por um processo de transformação, que resultou nas madeixas louras. “Durante os meses de preparação andei quase incógnito na rua. Na Olimpíada achavam que eu era gringo. Me misturava com os estrangeiros e fui até para Copacabana assistir os jogos”, vibra.

O novo visual louro provou uma situação inusitada num restaurante, quando a mãe de uma menina aproximou-se de Reynaldo dizendo que a filha dela queria tirar uma foto com ele. O galã ficou surpreso e perguntou se a pequena já o conhecia da novela das 21h, da Globo. A mãe explicou: “Não, ela acha que você é o Thor”, lembra, aos risos.

Enquanto na novela da Globo o personagem de Gianecchini tem uma relação quase simbiótica com o mar, o ator é mais reticente. “Fui conhecer o mar com nove anos, bem tarde. Tenho respeito enorme por ele. Para não falar medo. Toda vez que entro no mar faço uma oração”, conta ele, que é natural de Birigui, no interior de São Paulo.

Na história de ‘A Lei do Amor’, Pedro (Gianecchini) sofreu uma decepção amorosa e ficou 20 anos longe da família descobrindo o mundo. No seu retorno, o aventureiro descobre que foi vítima de uma armadilha para separá-lo de seu grande amor, Helô (Claudia Abreu). E pior, que a ação foi toda orquestrada pelo pai dele, Fausto (Tarcisio Meira), e a madrasta, Mag (Vera Holtz).

Hoje, com 43 anos, Gianecchini nota muitas mudanças entre como ele era aos 20 anos e como está ao passar pelos 40. Para ele, o jovem tem costume de enfrentar tudo, de querer se divertir com brinquedos do ego. “Isso no sentido de querer conquistar pessoas, uma posição, e dar várias cabeçadas. Aos 40 e poucos anos, a gente já sabe que não quer mais vários desses ‘brinquedinhos’. Não interessa muito conquistar tanta gente assim, nem posições. Estou em um momento da minha vida em que não interessa ficar provando nada para ninguém, nem para mim mesmo”, observa.

Reynaldo Gianecchini na pele de Pedro%2C na novela 'A Lei do Amor'Globo/João Miguel

Na novela das 21h, o personagem Pedro resolve dar uma nova chance ao amor de Helô, de quem nunca esqueceu, depois de 20 anos afastados. Na vida real, para Gianecchini, o assunto é diferente. “Nunca tive uma reedição do amor. As minhas relações sempre terminaram e viraram amizade ou outra coisa, mas nunca busquei uma retomada. Mas acho muito válido, principalmente no caso do meu personagem, que foram separados por causa de uma intriga, do mal entendido. Vamos ver, depois de 20 anos, e das vidas darem tantas voltas: é possível retomar esse amor? Só acompanhando para saber”, frisa.

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