Por bianca.lobianco
Rio - ‘Queremos que a pessoa entre lá como visitante e saia como escritora”, diz — rindo, mas falando sério — o editor Julio Silveira. O “lá” a que Julio se refere é a primeira edição da LER — Salão Carioca do Livro, que tem curadoria sua e ocupa o Pier Mauá de hoje a domingo com vários eventos gratuitos, incluindo mesas-redondas, lançamentos, bate-papos e oficinas de produção de poemas, contos, poesia e até de publicação online. E de produção de livros em papelão reciclado.
Julio Silveira%3A região portuária dá abrigo a boa parte da cultura cariocaDivulgação/ ANA PAULA PEREIRA

“Uma festa não é só para convidados, é para todo mundo. Queremos misturar autores consagrados, gente que estreou na internet”, conta Julio, que agendou autores independentes de ficção e fantasia para o Espaço Geek e convidou autores de quadrinhos para oficinas no Espaço Jovem. Há debates com novos escritores como Raphael Montes, Anderson França e Babi Dewet. Autores mais experientes como Ruy Castro, Luis Fernando Verissimo, Marcelo Rubens Paiva, Alberto Mussa, Paulo Lins e Heloísa Seixas também estão lá. É tudo gratuito — recomenda-se o cadastro antecipado no site lersalaocarioca.com.br.

“Temos autores que são booktubers (fazem canais no Youtube com vídeos sobre livros) e passaram a escrever, e que vão participar do evento”, diz Julio, apostando na diversidade. “As mesas vão reunir gente da Zona Norte, da Zona Sul, com vivências diferentes, visões diferentes, com perspectivas que se complementam”. Nomes como Luis Antonio Simas e Martinho da Vila, ligados ao universo do samba, estão no evento. “Tivemos uma preocupação de não cair na região portuária de páraquedas. Boa parte do patrimônio cultural carioca vem de lá. E foi o porto que importou as influências de outros países, dos imigrantes. Queremos resgatar esse papel importante da região”, afirma o curador da LER.