Por bianca.lobianco
Paulo Rocha vive a história do Brasil em 'Novo Mundo'Divulgação

Rio - Paulo Rocha vai de um general linha-dura do início do século 19, em ‘Novo Mundo’, nova novela das seis da Rede Globo, a um biólogo apaixonado pela natureza e por Mônica Martelli, na nova temporada da série ‘Os Homens São de Marte E É Pra Lá Que Eu Vou’, do canal GNT, com muita versatilidade. Para o ator nascido em Portugal, é natural passear por personagens tão diferentes. “O grande desafio de ser ator, é exercitar olhares diferentes para o mundo. Já essa coisa da versatilidade é um processo mais intuitivo para mim. Nunca parei para pensar nisso”, reflete Paulo que estreia nos dois trabalhos em março.

Em ‘Novo Mundo’, ele será o general Avilez, um aliado do oficial inglês Thomas Johnson (Gabriel Braga Nunes), um dos grandes inimigos de Dom Pedro (Caio Castro). “Ele é o último representante da Coroa portuguesa. Na história, foi um general que encarnou a autoridade dessa Coroa no Brasil ,enquanto colônia”, esclarece. O fato, é que o militar vai ser muitas vezes uma ‘pedra no sapato’ de Dom Pedro. Seria mais um vilão na carreira de Paulo?

“Não acho que é um vilão, ele leva a sério sua função. Acho que ser vilão é uma questão de perspectiva. De alguma forma, meu personagem serve de empecilho à trajetória do herói, então, as pessoas podem ver uma vilania”, defende, e completa: “Ele vai ter confrontos com Dom Pedro porque as ordens que traz da Coroa divergem do que ele pretende”.

Na preparação para a obra de época, o ator conta que teve acesso a documentos do personagem histórico. Mas que sua composição não se limitou à pesquisa. “A novela não tem como objetivo ser um registro histórico. A coisa boa é incorporar essas informações, com as características do personagem dada pelos autores. Enriquece”. Além disso, Paulo teve aulas de equitação, deixou a barba e o cabelo crescerem, e pôde voltar a falar livremente, o seu português natal, o de Portugal. Será que ele achou mais confortável?

“Engraçado, moro no Brasil há seis anos, vou pouco a Portugal, um total de duas semanas por ano. Trabalhei com fonoaudióloga para atenuar o sotaque, convivo com muitos brasileiros, inclusive minha mulher (ele é casado há cinco anos com uma brasileira). Então, na verdade, hoje quando tenho que falar o português de Portugal, o processo se inverte. Tenho que parar e pensar, tomar consciência”, diverte-se ele, nascido em Setúbal, bem próximo a Lisboa. “As línguas são de fato muito parecidas, o que tem a mais é um sotaque”.

UM HOMEM APAIXONADO

Na quarta temporada da série ‘Os Homens São de Marte E É Pra Lá Que Eu Vou’, Paulo Rocha será o namorado de Fernanda (Mônica Martelli), Pedro, um biólogo boa praça. “Ele é um apaixonado pela natureza, dedica a vida a isso. E é apaixonado pela Fernanda também. Eles vivem uma relação com encontros e desencontros. Mas vão viver um grande amor”, revela.

Paulo Rocha com Mônica Martelli, na série do GNTJuLiana Coutinho/ Divulgação

Na vida real, o ator também vive um amor dos grandes, com a psicóloga carioca Juliana Pereira. “Ser casado com uma brasileira ajuda muito na construção dessa identidade cultural do país também. Estamos muito bem juntos. Somos família.Claro que penso em ser pai, mas vai chegar a hora. Não temos pressa nisso”.

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BRASILEIRÍSSIMO
Ele alegra-se em dizer que escolheu o Brasil para viver, construir sua carreira, e sente, que o país também o escolheu. “Sou um apaixonado pelo Brasil. Fui bem tratado desde que cheguei. Fui deixando de ter o olhar do turista, e passei a ter o olhar do nativo”, conta.
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No entanto, como qualquer cidadão, ele também se preocupa com as mazelas do lugar que chama de lar.
“ É preciso que tenhamos melhores condições para viver. É doloroso ver o que acontece no país, todos esses problemas sociais. Me identifico, não posso fingir que não vejo, se vivo aqui, e quero pertencer ao país”, desabafa. “O melhor do Brasil é viver nele”.
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E saudades da ‘terrinha’, tem? “ Claro que sim, mas está equilibrado dentro de mim. Sinto saudades do meu pai. Minha referência mais forte. E obviamente, de um punhado de amigos. Mas estou construindo uma vida n o país”, explica, e conclui: “Quero seguir minha carreira como ator aqui. Meu sonho é fazer bons personagens, que toquem as pessoas e façam elas refletirem”.
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