Rio - A luta das comunidades Quilombolas para manter sua história acesa é contada na exposição Griôs – Memória Viva - do jornalista e fotógrafo Rapha Silva, no Centro Cultural José Bonifácio, na Gamboa. Fruto de dois anos de trabalho no interior do Rio, a mostra monocromática fica exposta até o dia cinco de março. "É uma pauta emergencial, que precisa sempre ser revisitada. Portanto, continuo visitando comunidades, mas agora na capital", revelou ao DIA.
Griôs são difusores das tradições de cada Quilombo, que na época da escravidão começaram a representar comunidades de refúgio, respeitando a cultura de cada um. "Hoje dentro desses Quilombos existe uma hierarquia organizacional, cada comunidade opta por um representante, sendo esta pessoa responsável pela comunicação, reuniões com outros líderes quilombolas, viagens e festas culturais", explica o fotógrafo.
Em seu acervo, Silva tem mais de 20 regiões fotografadas, em áreas rurais da Região dos Lagos e Campos dos Goytacazes, e mostra outras gentrificadas, que estão sendo "engolidas" por projetos comerciais.
Segundo ele, ter uma câmera nas mãos deve funcionar como instrumento para mobilização. “O fotógrafo é naturalmente um ser nômade. É com esse olhar orgânico que utilizamos a câmera como instrumento de memória no intuito de provocar a reflexão sobre a dizimação da identidade cultural", diz Silva.
A exposição está em cartaz de terça a domingos e feriados, das 10 às 17h, na Rua Pedro Ernesto, número 80.