Por clarissa.sardenberg

Rio - A luta das comunidades Quilombolas para manter sua história acesa é contada na exposição Griôs – Memória Viva - do jornalista e fotógrafo Rapha Silva, no Centro Cultural José Bonifácio, na Gamboa. Fruto de dois anos de trabalho no interior do Rio, a mostra monocromática fica exposta até o dia cinco de março. "É uma pauta emergencial, que precisa sempre ser revisitada. Portanto, continuo visitando comunidades, mas agora na capital", revelou ao DIA.

Seu Jorge%2C quilombola de Boa Esperança%2C em CamposDivulgação/ Rapha Silva

Griôs são difusores das tradições de cada Quilombo, que na época da escravidão começaram a representar comunidades de refúgio, respeitando a cultura de cada um. "Hoje dentro desses Quilombos existe uma hierarquia organizacional, cada comunidade opta por um representante, sendo esta pessoa responsável pela comunicação, reuniões com outros líderes quilombolas, viagens e festas culturais", explica o fotógrafo.

Eva Maria é do Quilombo de Maria Rasa%2C em Cabo FrioDivulgação/ Rapha Silva

Em seu acervo, Silva tem mais de 20 regiões fotografadas, em áreas rurais da Região dos Lagos e Campos dos Goytacazes, e mostra outras gentrificadas, que estão sendo "engolidas" por projetos comerciais.

Segundo ele, ter uma câmera nas mãos deve funcionar como instrumento para mobilização. “O fotógrafo é naturalmente um ser nômade. É com esse olhar orgânico que utilizamos a câmera como instrumento de memória no intuito de provocar a reflexão sobre a dizimação da identidade cultural", diz Silva.

A exposição está em cartaz de terça a domingos e feriados, das 10 às 17h, na Rua Pedro Ernesto, número 80.

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