Por bianca.lobianco

Rio - Amanhã é dia de ‘Jovens Tardes’ no Theatro Net. O projeto leva cantores dos anos 1950 e 1960 para se apresentar no palco em Copacabana às 16h — já passaram por lá nomes como Martinha e Angela Maria. E os veteranos dos Golden Boys estreiam no projeto a nova formação. Roberto Corrêa, um dos três irmãos fundadores, morreu em novembro após batalhar contra um câncer. Mario Corrêa, outro dos irmãos (mas que por anos fez parte do Trio Esperança, com outros integrantes do clã: Regininha, Evinha e Marizinha), entra em seu lugar.

Ronaldo (E)%2C Mario e Renato%3A grupo faz 58 anos de carreira em 2017 (à esquerda%2C a turma na adolescência)Divulgação

“Depois de novembro, quando morreu o Roberto, não fizemos mais nada”, conta Ronaldo Corrêa, 74, hoje cantando com o recém-chegado Mario e com outro irmão fundador, Renato (o primo Waldir Anunciação, também integrante do grupo desde o começo, morreu em 2004). “O Mario fazia participações ocasionais, e ele tem também outros trabalhos: é veterinário e professor de inglês. É difícil substituí-lo, mas vamos tocar o barco”.

PRÉ-JOVEM GUARDA

O grupo, que começou quando Ronaldo, Roberto, Renato e Waldir eram adolescentes, chega a 58 anos daqui a dois meses. E “nunca se prendeu a um só tipo de música”, como diz Ronaldo.

“Falam que somos da Jovem Guarda, mas começamos antes dela. Em 1962 a gente já participava de festivais. Estivemos até no maior festival do Brasil na época, o ‘Um Milhão Por Uma Canção’, com a música ‘Mais Que Todo O Amor’ (em 1963). Cantávamos basicamente música em inglês. Até por isso o nome Golden Boys. Mas cantávamos até bossa nova”, conta.

Os Golden Boys participaram do lançamento de muita gente boa: Beth Carvalho surgiu para o público ao cantar o hit ‘Andança’ com eles num festival em 1969. “Antes ela cantava bossa nova, baixinho. O Edmundo Souto, que era noivo dela na época e é um dos autores de ‘Andança’ (ao lado de Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi) sugeriu de ela cantar com a gente”, diz. Já o irmão Renato Corrêa foi diretor artístico da EMI (hoje Universal) por 15 anos. “Ele trabalhou em discos de Gonzaguinha, Clara Nunes, Dalto, Milton Nascimento”, recorda. Os irmãos (e o primo) estiveram presentes no rock nacional dos anos 1980, fazendo vocais em discos dos Paralamas do Sucesso (o coral de ‘Vital e Sua Moto’) e Engenheiros do Hawaii (o refrão de ‘O Papa É Pop’).<EM>

OS HITS

Sucessos como ‘Cabeção’, Fumacê’, ‘Alguém na Multidão’, ‘Pensando Nela’ (versão de ‘Bus Stop’, dos Hollies) costumam estar entre os mais pedidos nos shows dos Golden Boys até hoje. “Tem gente que até pergunta: ‘E aí, vocês estão com música nova? Disco novo?’ Mas o público quer mesmo é escutar os sucessos mais antigos”, conta Ronaldo, que tem uma agenda tranquila com os irmãos. “Fazemos uma média de seis a dez shows por mês. A gente já está velhinho, né?”, brinca.

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