Rio - Larissa Maciel vivendo a mãe de Rayanne Morais? Improvável? Não na ficção. E não em ‘Belaventura’, nova trama da Record, que se passa na Idade Média. No folhetim, Larissa, de 39 anos, vive a misteriosa camponesa Lucy, mãe da protagonista Pietra (Rayanne).
“Nesta época, as mulheres engravidavam muito cedo. É como se tivesse gerado com 15 anos. Rayanne também não está fazendo uma mulher de 29 anos (sua idade). Na história, elas têm 45 e 25 anos, respectivamente”, observa Larissa. “Será curioso viver essa realidade, de ter uma filha na ficção tão próxima na idade”, diz a mãe de Milena, 3, fruto de seu casamento de oito anos com André Surkamp.
Lucy será perseguida e condenada por ser considerada bruxa. “Ela é perseguida pelo personagem do Giuseppe Oristanio (Cedric), que a condena por bruxaria e quer jogá-la na fogueira para ficar com sua filha. Mas ela consegue fugir”, conta ela sobre as cenas que já foram ao ar na primeira semana da novela.
“Ela consegue escapar com a filha, e a cria sozinha. E 15 anos depois, é capturada novamente. Ela não quis desaparecer da vida da filha, foi colocada numa masmorra. Todos vão achar que ela morreu”, revela a atriz. “Ela vai querer ir atrás de todos que a afastaram da menina”.
LUTA POR ESPAÇO
Apesar de tanto sofrimento já de início, engana-se quem acha que a personagem de Larissa é uma pobre e indefesa mulher. “Lucy tem personalidade forte. Tem muito conhecimento e isso não interessava à Ordem Pura, a ordem religiosa dominante da época”, esclarece. “Ela sofreu perseguição como tantas mulheres na Idade Média que foram acusadas de bruxaria e queimadas na fogueira. Mulheres relevantes, conhecedoras, atuantes de alguma forma, foram eliminadas. As mulheres sempre precisaram lutar por espaço”, observa.
MAYSA NO CORAÇÃO
Feliz na Record — a atriz já fez na emissora ‘José do Egito’, ‘Milagres de Jesus’ e a recente ‘Os Dez Mandamentos’ —, a gaúcha ficou conhecida do grande público quando fez a série ‘Maysa — Quando Fala o Coração’ (2009), em que interpretava a cantora e era dirigida pelo filho dela, Jayme Monjardim. “Você acredita que ainda me chamam de Maysa nas ruas? Foi um trabalho marcante”, diz ela, acrescentando: “Não me incomodo. Foi um trabalho que fiz mesmo para não ser esquecido. Um ano da minha vida mergulhada nela, vivi para esse trabalho. Foi muita entrega”.
Ela lembra com carinho da experiência que a transformou. “Quem me dava aula de violão era a Maria Gadú, que não era a cantora famosa ainda e estava começando no Rio. Foi intenso”, recorda.
“Tive muitos momentos emocionantes. Mas toda vez que eu cantava uma canção, acabava e a equipe ficava num silêncio grande. Tudo era de uma intensidade tremenda. E o Jayme sempre vinha para mim com aquele olhar brilhando, cheio de emoção”, conta a atriz, que veio de Porto Alegre para morar no Rio na época da gravação da série. “Maysa foi marcante, mas fiz ótimos personagens depois, como a Miriã de ‘Os Dez Mandamentos’. A novela foi um sucesso inclusive fora do país”.
Satisfeita com os rumos profissionais, a atriz vê com serenidade a chegada dos 40 (em outubro).“Me sinto muito bem. Estou com 39 anos.Me cuido muito, por dentro e por fora”, diz.
BELEZA COM ESFORÇO
Larissa chama a atenção pela beleza, simpatia e boa forma. E acha importante destacar que a aparência saudável é resultado de esforço. “Não existe isso de que dá para ter resultado sem esforço. Me cuido mesmo. E trabalho na prevenção, desde sempre”, conta. “Como bem, faço exercícios, fiz pilates muitos anos. Me exercitar já faz parte da minha vida. Mas, com 25 anos, eu odiava. Aos 30, resolvi incorporar. E com quase 40, se não faço, sinto falta. Tudo é questão da escolha de hábitos”, ensina.
No entanto, sem radicalismos, ela defende a liberdade de escolha. “Cada um deve ter o corpo que deseja ter. Gosto do meu corpo atual, por isso cuido para ficar assim. Engordei 13 quilos na gravidez, mas já perdi. Porque quis. Não me sinto pressionada”, afirma. “As pessoas devem ter a vida que desejarem, e estamos caminhando, cada vez mais, para essa aceitação. Bom ter diversidade para se admirar por aí. E viva isso!”.
