Por thiago.antunes

Rio - Na era da Internet e da alta tecnologia ostentada até pelas escolas de samba, quem se aventurou a reservar frisas para os desfiles do Carnaval 2014 teve que “desengavetar” um aparelho considerado ultrapassado: o fax.

O sistema criado para atender à demanda pelos dois mil lugares disponíveis a cada noite de espetáculos só permitia que as solicitações fossem feitas via fax. Não bastasse isso, o baixo número de linhas disponíveis, para receber os papéis, provocou longa espera na manhã de ontem para quem tentava fazer a transmissão. As restrições, é claro, causaram revolta.

Frisas sempre são disputadas por frequentadores dos desfiles do Grupo EspecialMaíra Coelho/ Agência O DIA

Apaixonada pelo Carnaval, a integrante do departamento cultural da Portela, Lúcia Helena Pinto, sonhava ver a Azul e Branco em uma frisa. Ela mobilizou parentes para conseguir o aparelho de fax. Mas depois de tentar atendimento por mais de três horas, não escondia a frustração: “Vivo Carnaval o ano inteiro. É injusto que fique refém de uma forma arcaica de compra. Isso faz com que os apaixonados pela festa, que não abrem mão de acompanhar suas escolas, comprem entradas em agências e cambistas, por preços mais altos”.

No próximo dia 25, a Liga Independente das escola de Samba (Liesa) divulgará a lista de reservas feitas com sucesso. Os credenciados terão até o dia 29 para pagar. Em caso de sobra de vagas, uma nova corrida por reservas poderá ser agendada.

Uma questão de segurança, diz a Liesa

De acordo com o coordenador de vendas de ingressos da Liesa, Heron Schneider, o uso de fax é necessário por questões de segurança: “Trata-se de lugares específicos, que têm como critério de prioridade a chegada dos pedidos. Apenas o fax pode precisar os horários das solicitações e nos resguardar de possíveis ações judiciais”.

Por isso, segundo ele, não seriam possíveis vendas em esquemas similares aos de grandes eventos musicais, onde há uma corrida na internet por vagas. O baixo número de atendentes também teria o mesmo objetivo. “Se abríssemos 200 linhas, correríamos o risco de várias solicitações simultâneas para a mesma frisa. A espera é dolorosa, mas necessária”, completou o coordenador.

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