Por rafael.arantes

Rio - A trajetória de mestre Claudinho com a Paraíso do Tuiuti chegou ao fim mais uma vez. Após retornar ao comando dos ritmistas da bateria Super Som no último carnaval, o diretor de bateria foi comunicado por telefone na noite da última terça-feira que está fora do cargo. A decisão da diretoria foi informada pela direção de Carnaval ao sambista, que lamentou bastante.

Claudinho não é mais mestre da TuiutiRicardo Almeida / Divulgação

"Foi uma decisão da escola e eu acatei da maneira que pude. A diretoria achou melhor me afastar e fui comunicado na noite de ontem (terça-feira), enquanto estava no trabalho. Não guardo mágoas, mas fico triste. É a minha escola, quem gerencia a agremiação é minha família. Meu pai, meu irmão (Jorge Honorato, presidente, e Renato Thor, ex-presidente)... Enfim, família sempre em primeiro lugar. Não sei de que forma esta decisão foi tomada, mas faz parte. Carnaval é isso, agora vamos seguir em frente", disse.

Cria da escola, Claudinho fazia um trabalho de formação de novos ritmistas e garante que a maior preocupação é com o futuro dos jovens talentos. Pelas palavras do próprio mestre, o caminho ideal para os alunos é o de manter a tranquilidade e nunca desistir dos objetivos.

"Sobre a decisão eu não vou me meter, mas o que me preocupa é a formação da garotada. Sei que eles vão dar o recado, passaram pela fase mais difícil e importante. Agora, precisam praticar e manter sempre o foco. Prática e disciplina, o sonho não acabou", afirmou o mestre, que ainda ressaltou o carinho pela escola de São Cristóvão.

"Não guardarei mágoas. Sempre serei Tuiuti, sempre vou amar a escola e minha família que lá está. Sou da escola, da comunidade e espero que a agremiação consiga um grande resultado em 2014", acrescentou.

Contrário à dispensa de Claudinho, pela qual afirmou ter sido "voto vencido", o presidente Jorge Honorato lamentou e disse que não sabe o nome de nenhum provável substituto para o comando dos ritmistas.

"Ainda não sei nome de um substituto, cuido mais da parte administrativa da escola. Eu não era a favor da saída dele e a única certeza que eu tenho é que ele está fora. Uma escola de samba consiste numa diretoria, às vezes, um voto é vencido e desta vez o meu não foi suficiente. Eu manteria o Claudinho, até porque é uma pessoa educada e que fazia um bom trabalho. Mas a decisão da nossa escola foi pela sua saída", disse Jorge, que negou qualquer negociação com mestre Ricardinho, nome mais cotado para o cargo.

"Eu realmente estou surpreso, prefiro até não falar muito sobre o assunto para não dar nenhuma informação errada para a imprensa. Mas se falam do nome do Ricardinho, acho que estão sendo infelizes. Ele abandonou a escola quando éramos do Grupo B, então, para mim ele é descartável", concluiu.

Mesmo com a rejeição do presidente, o nome de Ricardinho vem ganhando força na Tuiuti. O sambista, que já comandou a bateria da agremiação de 2003 a 2006 e em 2009 e 2010, não vem desempenhando a função desde que deixou o Jacarezinho, após o último Carnaval.

Bastante influente na escola de São Cristóvão, o ex-presidente Renato Thor tem um bom relacionamento com o mestre de bateria e pode ser crucial para viabilizar seu retorno. O Dia na Folia ainda não conseguiu contato com Ricardinho.

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