Rio - O mercado carnavalesco está se renovando a cada dia. Jovens talentos aparecem como grandes promessas para o futuro do Carnaval e continuam ganhando mais espaço a cada dia. Esse parece mesmo ser um dos fatores que vem deixando o lado das dispensas e contratações cada vez mais agitado no mundo do samba. Velhos conhecidos da Sapucaí passam a ter sua continuidade colocadas em dúvida e até mesmo ficando por algumas vezes afastadas do espetáculo e o caso não é mais novidade.
Consagrado, Celinho marcou a história da Unidos da Tijuca. O mestre de bateria deixou um grande legado no comando da Pura Cadência, mas acabou ficando quatro Carnavais afastado. Em 2011 ele acertou seu retorno ao mundo do samba para liderar a bateria do Paraíso do Tuiuti e, seguidamente, da Inocentes de Belford Roxo, ao lado de mestre Washington. No último Carnaval Celinho voltou a ficar afastado e admite que ainda espera por uma nova oportunidade. O veterano admite que os jovens talentos estão ganhando cada vez mais espaço.
"Por enquanto estou na expectativa para ver se aparece alguma coisa. Acho que a gente que é mais experiente precisa estar sempre se aprimorando. Caso isso não aconteça sabemos que vamos ter problemas, pois a galera nova está aparecendo muito bem no Carnaval", disse.
Entre os jovens mestres que estão surgindo pela Sapucaí Celinho não mostrou dúvidas ao enumerar suas maiores apostas. Segundo o veterano, Lolo, da Curicica, e Maurão, agora na Cubango, são os nomes mais fortes para tomar o centro das atenções das baterias do Grupo Especial muito em breve.
"O Lolo e o Maurão estão se destacando no mundo das baterias. O Maurão fez um grande trabalho na Rocinha e agora promete muito na Cubango e o Lolo tem feito um trabalho incrível na Curicica. Ele está tirando muita onda de ritmo. Na bateria dele a gente consegue escutar cada detalhe. Tenho certeza que eles tem vaga no Grupo Especial. A escola que apostar nesses dois vai estar muito bem, eles são muito bons", afirmou.
Entre as porta-bandeiras, Gleice Simpatia é um dos nomes que estão ausentes da folia. Fora da Sapucaí no Carnaval deste ano, a dançarina admite que ainda não sabe o destino do mundo do samba e uma proposta de trabalho pode tirá-la do Sambódromo ainda por mais tempo.
"Estou com uma proposta de trabalho fora do Carnaval. Meu esposo trabalha na Angola e posso acabar indo para lá. Não falo que o surgimento da garotada atrapalha os mais antigos porque já fui nova também. A estrela brilha para todas. As caçulinhas precisam ter seu espaço também. São grandes promessas", disse Gleice, que destacou a terceira porta-bandeira da Beija-Flor como uma das grandes promessas.
"Gosto muito da Naninha, terceira da Beija-Flor. É uma grande porta-bandeira. Tem muita garra e raça. Gosto muito de vê-la dançar", acrescentou.
VETERANO, SZANIECKI PEDE RENOVAÇÃO
Também longe da Sapucaí no último Carnaval, o experiente Roberto Szaniecki não parece ter data marcada para voltar aos trabalhos no mundo do samba. O veterano, por sua vez, não esconde o desejo pela renovação da safra de carnavalescos. Ele, no entanto, preferiu não destacar nenhum grande nome da atualidade quando o assunto é sobre os novatos.
"É preciso ter uma renovação. As pessoas têm que chegar no Carnaval, essa turma que está presente já é muito rodada. Eu vejo artistas lindos, com novas propostas e novo frescor. Acho maravilhoso isso. Sinceramente, os que estão surgindo ainda são muito novos. Não destaco um ainda", comentou.
Szaniecki, por sua vez, diz estar dedicando a vida aos cuidados pessoais. Diabético, o artista não pretende voltar ao Carnaval tão cedo: "Não estou procurando escola. Quero dar um tempo para cuidar da saúde. Tive crises e fui parar até no hospital. Fico com meus projetos longe do Carnaval, coisas de cenógrafo".
