Rio - A Imperatriz vai abrir passagem para o passinho do funk. A dança da moda vai se misturar ao samba e estará presente no primeiro setor do desfile da escola, à frente do carro abre-alas. Oito jovens do Morro do Andaraí estarão no meio de 96 componentes da ala Zulu e vão fazer os passos do batidão, pelo menos 40 vezes na Avenida. A Verde e Branca também prepara outras surpresas com o seu enredo ‘Axé Nkenda’, como o número circense em uma alegoria comandado por acrobatas de uma comunidade de Santa Cruz.
A ideia de misturar funk ao samba é do coreógrafo Fábio Batista, fundador do projeto cultural ‘Pode-C’ no Morro do Andaraí. Quando ele recebeu a missão de ensaiar uma ala sobre Zulu, típico povo da África, o funk veio logo à cabeça. “Depois de muitas pesquisas, vi que o passinho tem muitos traços da dança africana. Na hora, decidi chamar os meninos do funk para desfilar”, explicou Fábio.
A inspiração para o ‘Axé Nkenda’ veio dos sucessivos casos de racismo, sofridos principalmente pelos jogadores de futebol. Para sair do óbvio no enredo que fala da África, a Imperatriz aposta nas cores. “Nosso conceito africano é mais pop e terá muito colorido”, contou o carnavalesco Cahê Rodrigues. Nelson Mandela será o grande homenageado, com uma alegoria que terá 8 metros de altura.
Bailarinos da favela no lugar dos clássicos e contemporâneos
Acostumada a ter bailarinos de grandes companhias em seu desfile, como os do Cirque du Soleil, neste ano, a Imperatriz resolveu dar a chance a integrantes de um projeto social da Favela do Aço, em Santa Cruz . “Vi o potencial deles e resolvi trazer para a escola de samba. Está sendo muito mais prazeroso trabalhar com essa galera. Com grandes artistas sempre têm aquela ganância de aparecer e, com eles, é tudo feito com mais amor e garra”, declarou a coreógrafa Kelly Siqueira.