Rio - Unidos de Padre Miguel e Estácio de Sá foram os grandes destaques do segundo dia de desfile da Série A, na Marquês de Sapucaí. As duas agremiações terminaram suas apresentações com gritos de ‘é campeã’ e são fortes candidatas ao título. A Império da Tijuca também fez um belo desfile. E a Paraíso de Tuiuti e a Império Serrano, que brilharam na sexta-feira, ainda estão no páreo. Das oito escolas que desfilaram ontem, quatro prestaram homenagens a nomes da cultura brasileira.
A Unidos de Padre Miguel foi a quarta escola a desfilar e tecnicamente perfeita. O samba sobre o dramaturgo Ariano Suassuna foi cantado com força na Avenida. A surpresa ficou por conta de um tripé com as imagens de Nossa Senhora e de Suassuna.
As alegorias chamaram atenção pelo luxo e tamanho. O abre-alas trouxe dois grandes cavalos que se movimentavam e se misturavam com um imenso palhaço. “Há muitos anos que a gente não via essa empolgação. Fizemos uma apresentação digna de uma escola campeã”, destacou o intérprete Marquinho Art Samba.
Última escola a entrar na Avenida, a Estácio de Sá não deixou ninguém dormir. Com fantasias e alegorias luxuosas, a Vermelho e Branca emocionou ao exaltar as belezas do Rio pelos seus 450 anos. A comissão de frente, com os bailarinos vestidos de malandro e um leão que tocava pandeiro, ressaltou a importância dos sambistas da escola para o desenvolvimento da folia carioca.
A última alegoria também agradou pelo efeito de água com bolhas destacando o Cristo Redentor e por bolos lançados ao público em comemoração aos 450 anos. “Tem um monte de gente falando que é campeão aí. Campeonato só se ganha na Avenida. A Estácio está forte na briga”, afirmou Dominguinhos do Estácio.
Problemas logo no início
Com o enredo ‘Kari’oca’, a Alegria da Zona Sul abriu o desfile celebrando a carioquice e os 450 anos da cidade do Rio. A escola teve problemas com o segundo carro alegórico, que demorou quase 10 minutos para entrar na Sapucaí.
Apesar de terem que correr para tapar o buraco que foi criado na Avenida, os integrantes da escola de Copacabana contornaram o problema e desfilaram com entusiamo.
A fantasia do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola foi inspirada em José Datrino, o profeta Gentileza, e sua frase “Gentileza gera gentileza”. Suas inscrições ficam na Zona Portuária.
Homenagem a Nelson Sargento
Terceira escola a entrar, a Inocentes de Belford Roxo fez um grande desfile. O sambista Nelson Sargento foi o homenageado e desfilou no último carro, ao lado da mulher Evonete Matos. O mangueirense de 91 anos foi reverenciado desde sua chegada à Sapucaí até a dispersão. “Ser homenageado é um reconhecimento de que fiz um bom trabalho. Fui coroado”, disse.
Na comissão de frente, um dos bailarinos simulou tocar violão, homenageando Sargento. Graciele Chaveirinho, musa da escola, representou a deusa do ébano.
