Rio - Destaques dos desfiles da Marquês de Sapucaí há 25 anos, a porta-bandeira da Beija-Flor, Selminha Sorriso, recebeu uma homenagem inesperada nesta Quarta-Feira de Cinzas. Os compositores portelenses Marquinhos de Oswaldo Cruz e Luiz Carlos Máximo, autor de quatro dos últimos 5 sambas da Portela, se renderam à importância histórica da musa nilopolitana.
"Assim como a nossa Vilma Nascimento, porta-bandeira lendária da Portela, a Selminha é um dos ícones do Carnaval e está na história. Em 1969, a Vilma ganhou uma homenagem dos compositores Jair Amorim e Evaldo Gouvêa, na música "O Conde", gravada por Jair Rodrigues. Decidimos, então, compôr a "Estrela Negra" em homenagem a ela", explicou Luiz Carlos Máximo.
"Num momento em que o samba e sua dança têm perdido a importância nos desfiles da escolas de samba,a grandiosidade do bailar da Selminha é a reafirmação da tradição. E por isso também resolvemos homenageá-la", acrescentou Marquinhos de Oswaldo Cruz.
Confira o samba e a letra
ESTRELA NEGRA
Luiz Carlos Máximo e Marquinhos de Oswaldo Cruz
UM PASSARINHO VOAVA TRISTE PELA NOITE SEM ESPLENDOR
QUANDO ENCONTROU COM UMA LINDA FLOR
E REPOUSOU AS SUAS ASAS SOBRE OS PÉS DA FLOR MENINA
QUE SONHOU SER BAILARINA
DO SAMBA, ELA GANHOU GINGA E COMPASSO
ELEGANTES FORAM OS PASSOS
NA AVENIDA QUE FLORIU
E O POVO SORRIU E APLAUDIU QUANDO VIU
SELMINHA SORRISO DANÇAR
QUE UM BEIJA-FLOR CARREGUE
O SONHO QUE SE ATREVE
E NOS LEVE A SONHAR
UM MUNDO NOVO EU VI GIRAR
SALÃO NO ASFALTO QUE SE ABRIU
PRA ESTRELA NEGRA QUE LUZIU
SUBLIME ALMA DE UM BRASIL, SURGIU
E O POVO SORRIU E APLAUDIU QUANDO VIU
SELMINHA SORRISO DANÇAR
