Por clarissa.sardenberg

Rio - Após quatro anos sem levantar a taça de campeã do Carnaval carioca, a festa pelo título da Beija-Flor não teve um sabor tão especial assim como era esperado. A Azul e Branca de Nilópolis foi vaiada por parte do público de 70 mil pessoas presentes no Sambódromo, durante o Desfile das Campeãs, que reuniu as seis escolas mais bem colocadas em 2015, na madrugada de sábado para domingo. Já a Portela foi ovacionada com gritos de é campeã. Desfilaram também Salgueiro, Imperatriz Leopoldinense, Unidos da Tijuca e Grande Rio.

GALERIA DE FOTOS: Desfile das Campeãs agita o público na Sapucaí

Abalada ainda pela polêmica do enredo sobre a Guiné Equatorial, em que teria recebido R$ 10 milhões do ditador Teodoro Nguema Obiang, a Beija-Flor teve suas primeiras vaias logo na abertura do desfile. No esquenta do Setor 1, a escola distribuiu cerca de 600 camisetas comemorativas. A iniciativa deu certo e o local foi o único onde não foi vaiada. Quando entrou na Avenida, aplausos e vaias se misturaram. Alguns torcedores de escolas rivais foram para casa mais cedo.

“To nem aí! Tenho a certeza de que fizemos um trabalho maravilhoso. As vaias são intriga da oposição. A Tijuca falou da Suíça, sem citar que é um grande paraíso fiscal para a roubalheira. A Portela sobre o Rio, mas não lembrou das balas perdidas, dos hospitais sem leitos. Por que a Beija-Flor tinha que abordar a ditadura? Não se pode julgar a parte política e sim o que é apresentado na Avenida”, ressaltou o carnavalesco Fran Sérgio.

Beija-Flor durante desfile das campeãs do Carnaval do Grupo Especial do RioFernando Souza / Agência O Dia

O diretor de carnaval Laíla revelou que terão mudanças na Comissão de Carnaval, formada atualmente por sete integrantes, mas garantiu a permanência de Fran Sérgio, o seu braço direito. Laíla ajoelhou nos quatro pontos do júri para agradecer a avaliação, que na opinião dele foi justa. “Venceu quem errou menos”, resumiu.

Portela

Se a Beija-Flor teve que conviver com aplausos e vaias, a Portela parecia a verdadeira dona da festa, com gritos de é campeã antes, durante e após o desfile. Mesmo após receber notificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os drones, a águia-robô e os paraquedistas voltaram à Sapucaí. Os paraquedistas vieram desta vez no fim do desfile e levantaram o público. “Todos somos altamente qualificados e estamos com a documentação em dia. Não tem motivo para criarem problema”, afirmou Guilherme Pádua, um dos três paraquedistas.

Após polêmica%2C paraquedistas encerraram desfile da Portela Severino Silva / Agência O Dia

A Portela sofreu com um princípio de incêndio, logo controlado pelos bombeiros, no carro alegórico que representava o entorno da Baía de Guanabara. Já o terceiro carro, sobre o Jardim Botânico, teve problemas com a iluminação. A águia em formato de Cristo Redentor voltou a chamar a atenção.
Durante o desfile, o presidente da Imperatriz Leopoldinense, Luiz Pacheco Drumond, ainda estava inconformado com um décimo que a Verde e Branca perdeu em enredo. “Se tinha um quesito que merecia 10 era esse. Falei sobre África igual à Beija-Flor. Por que eles tiraram 10 e eu levei um 9.9? Será que é porque falamos sobre Mandela?”, questionou.

O Salgueiro terá um enredo patrocinado em 2016. A presidente Regina Célia já definiu, mas ainda quis revelar. Já o carnavalesco do Salgueiro Renato Lage aproveitou para apimentar ainda mais a discussão com Laíla que disse esta semana que ele teria que passar por uma reciclagem: “Ele não pode dizer que preciso me reciclar, até porque é muito mais velho que eu.”

Polêmicas e troca-trocas movimentam bastidores do desfile

A possível troca de rainha na Portela, não foi o único fato que movimentou os bastidores do desfile das campeãs. O presidente da São Clemente Renato Gomes prestigiou o desfile das campeãs. Ele confirmou a renovação de contrato com a carnavalesca Rosa Magalhães para o ano que vem e disse que nos próximos dias viajará para Costa do Marfim, de onde pode surgir o novo enredo da escola da Zona Sul.

Já o presidente da Imperatriz Leopoldinense Luiz Pacheco Drumond ainda está inconformado com um décimo que a Verde e Branca perdeu em enredo. "Se tinha um quesito que merecia 10 era esse. Falei sobre África igual a Beija-Flor. Por que eles tiraram 10 e eu levei um 9.9? Será que é porque falamos sobre Mandela?", questionou.

Na Grande Rio não terão muitas mudanças. Segundo o presidente Milton Perácio as renovações de contratos já devem começar a se concretizar nos próximos dias, entre elas a dos coréografos da comissão de frente Priscilla Mota e Rodrigo Negri e do carnavalesco Fábio Ricardo.

O Salgueiro ao que tudo indica terá um enredo patrocinado. A presidente Regina Célia já definiu, mas ainda quis revelar. Já o carnavalesco Renato Lage aproveitou para apimentar ainda mais a discussão com Laíla que disse esta semana que ele teria que passar por uma reciclagem. "Ele não pode dizer que preciso me reciclar, até porque é muito mais velho que eu", concluiu.

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