Por gabriela.mattos
Rio - Quem quiser ver o desfile das campeãs precisa correr. A venda dos ingressos começou nesta quinta-feira, mas as frisas, arquibancadas populares e cadeiras individuais já estão esgotadas, de acordo com a Liga Independente das Escolas do Rio de Janeiro (Liesa). Os foliões poderão comprar os oito mil ingressos restantes até o próprio dia do desfile, no estande do setor 11, das 10h às 16h, com o preço variando de R$ 140 a R$ 200. 
No sábado, a campeã Estação Primeira de Mangueira, Unidos da Tijuca, Portela, Salgueiro, Beija-Flor e Imperatriz Leopoldinense entrarão mais uma vez na Marquês de Sapucaí. 
Turistas já fazem fila para comprar ingressos para o desfile das campeãsFoto%3A Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Depois de 13 anos da escola estacionada, chegou a hora de comemorar. Em meio a um calor de 30º C e rajadas de chuvas, os mangueirenses de coração não desanimaram na busca do ingresso para prestigiar o desfile das campeãs, no sábado. A fila contornava os arredores da bilheteria que, antes mesmo de abrir, às 16h, já havia público esperando: idosos, adolescentes e até mesmo mães com crianças de colo. Como já dizia Tim Maia, tudo vale quando o assunto é felicidade.

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Mesmo com a espera e com a falta de informação, não faltou enredo e samba para os carnavalescos cantarem ao longo da fila, 'Não mexe comigo que eu sou a menina de Oyá'. "Fiquei debaixo de chuva, estou com o coração a mil e triste por não ter saído na escola esse ano", afirmou Norma Pereira de Souza, de 69 anos, que deixou de viajar só para garantir seu ingresso. "Eu quero mesmo é ver minha verde e rosa brilhar no desfile das campeãs", completou. Teve gente que foi para a fila garangir a entrada de toda a família, como foi o caso de Ana Maria Moura, de 53 anos. "Sou fã da beija flor, mas quero assistir as mais bonitas", respondeu.

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A Mangueira não atraiu apenas cariocas, mas também turistas de outras partes do Brasil. "Há anos que a gente vem de Porto Alegre para assistir a noite das campeãs com a Mangueira", respondeu Ligia de Oliveira, de 62 anos. "Comprávamos os ingressos com antecedência, mas a escola não ganhava. Esse ano a gente decidiu esperar o resultado para comprar e aqui estamos!", completou Leandro de Freitas, de 42 anos.
Mangueirenses entram na fila para comprar ingressos do desfile das campeãsFoto%3A Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

A magia do carnaval do Rio atraiu também mangueirenses da cidade vizinha, Campinas, em São Paulo. "Você não vira mangueirense, você nasce", disse Adriana Moraes, de 32 anos, que veio com sua família se acabar no samba da sua tão amada Mangueira. "Meu pai sempre foi fascinado pelo samba do Cartola, logo, sempre vestiu a camisa cor de rosa. Era sambista, nascemos em berço mangueirense", declarou Nilse Moraes, de 65 anos. "Chegamos aqui há duas horas. Viemos de Uberlândia e somos fãs do carnaval carioca, ainda mais pela Mangueira", disse Luciano Martins, de 43 anos, professor. "A gente enfrenta qualquer coisa pela nossa verde e rosa", concluiu o fã.

Apesar do clima de alegria, nem todos estavam tão tranquilos. Mirella Lima, de 33 anos, ficou quase três horas na fila com seu filho de um ano e nove meses no colo. "Achei uma falta de respeito, poderia ter preferencial. Ninguém nos informa nada aqui", respondeu. "Mas o que importa é ter o meu ingresso. Espero que não tenha acabado", concluiu.
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Homem é preso por vender ingressos irregularmente
?O Procon Estadual prendeu um homem que vendia ingressos para o desfile das campeãs irregularmente. Ele tinha parceria com a agência Leme Turismo e Excursões, localizada na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 36, no Leme, que oferecia ingressos com valores bem acima dos oficiais. O crime cometido pelo estabelecimento incorre uma pena de 6 meses a dois anos de prisão.
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Os preços chegavam a ser 3.000% mais caros, caso dos ingressos dos setores 12 e 13. De acordo com a tabela disponível no site da Liesa, uma entrada para os setores 12 e 13 custa R$ 5,00, mas eram vendidos por R$150,00 pela agência. Também pela tabela de preço oficial, o ingresso mais caro da arquibancada especial custava R$ 200,00 e era vendido na agência por R$ 500,00.
Além disso, o estabelecimento ainda cobrava uma taxa de 5% caso a compra fosse realizada com cartão de crédito. O Procon constatou também que o estabelecimento não respeitava a lei da meia entrada e não tinha o cartaz Disque 151, Código de Defesa do Consumidor (CDC) para consulta nem Livro de Reclamações.
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Reportagem de Carolina Moura