Por O Dia

Rio - Uma das festas mais democráticas do Brasil, o Carnaval do Rio não deixou ninguém de fora. O Setor 13 do Sambódromo, destinado às pessoas com deficiência, tem sido muito concorrido. No total, foram distribuídos pela Subsecretaria da Pessoa com Deficiência (SUBPD) 1,5 mil ingressos para deficientes assistirem aos desfiles da Marquês de Sapucaí — hoje inclusive. O espaço tem rampas de acesso e banheiros adaptados.

Nos dias 11 e 12 havia intérpretes de Libras e serviço de audiodescrição. Segundo o subsecretário Geraldo Nogueira, também deficiente físico, a importância da ação é a integração. Ele disse que, durante os desfiles do Grupo Especial, todos com o convite do Setor 13 tiveram, de 19h até o fim das apresentações, duas vans para fazer o trajeto entre a Central do Brasil o Sambódromo e vice-versa. “Alguns nos falaram que passaram a entender o samba pela primeira vez. Foi emocionante. Antes mesmo dos desfiles, nós disponibilizamos no nosso site a interpretação dos sambas-enredo pelos sinais de Libra. Pela primeira vez tivemos uma van adaptada”, destacou.

A convite da Mocidade de Padre Miguel, os usuários da SUBPD desfilaram pela escola e garantiram a emoção de pessoas como o aposentado Francisco Chagas. Há 15 anos sem poder enxergar, ele retomou a uma antiga paixão, o samba, graças ao serviço de audiodescrição. “A paixão pelo samba vem desde de novinho, está no sangue. Quando fiquei cego, me perguntei como faria para ainda participar dos desfiles. Agora consegui voltar. É como se você estivesse vendo. Para a gente é a nossa visão. Alimenta a imaginação”, contou, emocionado.

O aposentado, porém, não sabe se vai desfilar hoje, mas conta que a oportunidade proporcionada pela escola foi inesquecível. “É uma emoção muito forte, o povo gritando. Já sabia como era meu carro todinho antes de entrar na Avenida, porque o pessoal da escola me contou. Foi incrível”, lembrou. 

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