Rio - O Tribunal de Justiça do Rio determinou ontem que a presidente do Acadêmicos do Salgueiro Regina Celi deixe o cargo junto com toda sua diretoria executiva. Na decisão, a juíza Renata Gomes também deu posse ao candidato de oposição André Vaz, da Chapa 2, que há meses pleiteava judicialmente o cargo. Celi precisará deixar a presidência da escola de samba em até 48h, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia.
Na terça-feira, o presidente da comissão eleitoral do Salgueiro, Marcelo Monteiro, já havia determinado a imediata posse de Vaz, mas Regina continuava à frente dos compromissos da agremiação. Segundo ela, a determinação será cumprida. "As medidas cabíveis já foram tomadas para suspender a liminar", disse Regina, que está há 10 anos na presidência da escola tijucana.
Na sentença, a magistrada do TJ-RJ reforçou o parecer de maio que declarou Celi inelegível, já que pela regra da escola só seriam permitidos dois mandatos seguidos na presidência. Para a juíza, a recusa da Chapa 1 em desocupar os cargos "põe em risco a gestão e a estabilidade política da escola, bem como a autoridade das decisões judiciais e da própria Comissão Eleitoral, as quais estão sendo frontalmente ignoradas".
Procurado pelo DIA, André Vaz não quis dar entrevista. Por nota, ele exaltou o enredo da escola para o Carnaval 2019, que vai homenagear o orixá Xangô, e afirmou que sempre acreditou que a justiça seria feita. "Caminhamos ao lado da verdade e da transparência. A justiça está sendo feita, sob as bençãos de Xangô e agora a gente só pensa em trabalhar para fazer a nossa escola brilhar e brigar pelo campeonato".
A disputa judicial da presidência do Salgueiro se desenrola desde abril, quando o candidato de oposição acusou irregularidades no processo eleitoral. Além da regra da máxima de dois mandatos seguidos, ele denunciou que sócios beneméritos, que faziam parte da chapa de Regina, não poderiam disputar vaga para o conselho deliberativo, uma vez que já são membros natos.
