Rio - O Vermelho e o Preto prometem brilhar este ano. Em um piso bem diferente, mas tão popular quanto o gramado do Maracanã. Quarta a desfilar na Intendente Magalhães, a Imperadores Rubro-Negros estreia na Série E do carnaval carioca exalando um "cheirinho" de título. Segundo o presidente da escola, Serginho Aguiar, "o projeto é estar, daqui a cinco anos, desfilando na Marquês de Sapucaí".
Apesar do DNA rubro-negro, a escola, fundada em junho do ano passado, não é vinculada oficialmente ao Clube de Regatas Flamengo. No entanto, tem recebido muito apoio da Gávea. "A gente na Série E não tem subvenção. Então, passamos o livro de ouro na Gávea. Afinal, é o primeiro ano da escola", afirmou Aguiar. O presidente da Imperadores ressaltou que o Clube tem ajudado muito. "Fizemos um sistema de padrinho, através do Maurício (Gomes de Mattos, vice-presidente das Embaixadas e Consulados do Flamengo, e presidente de honra da escola). Cada padrinho vai adotar uma ala", explicou Aguiar. Além disso, o Flamengo doou camisas autografadas dos recém-chegados Gabigol e Arrascaeta, e do camisa 10, Diego, para a Imperadores. "São duas camisas de cada um dos craques pra gente fazer uma rifa", contou.
A Imperadores, que não é associada a nenhuma torcida organizada, estreia com o enredo "Paixão pelo Clube, Amor pelo Samba. Uma História de Futebol e Carnaval" e planeja levar 500 componentes para a Intendente Magalhães, no sábado pós-carnaval, mesmo dia do desfile das campeãs. "A concentração é às 19 horas. O desfile deve acontecer às 23 horas", prevê Aguiar, revelando que o carnaval da Imperadores foi orçado em R$60 mil.
Série E
De acordo com Gilberto Leão, presidente da Associação Cultural Amigos do Samba (ACAS), instituição que organiza a Série E do carnaval carioca, além da Imperadores Rubro-Negros, outras escolas de samba estreiam na Intendente Magalhães, este ano. Nesta entrevista, Leão fala sobre as dificuldades da última Divisão do Carnaval.
O que é a Série E?
É a unificação das duas escolas que caíram do grupo D, com algumas remanescentes do E. O bacana é que a gente tem a oportunidade de lançar agremiações novas. Tem uma pré-seleção referente à filiação.
Quando é o desfile?
É no dia do desfile das campeãs, no sábado depois do carnaval, na Intendente Magalhães. É apenas um dia de desfile, com 15 escolas, com o tempo de 30 minutos para cada uma. São 400 componentes, no mínimo, e normalmente um carro alegórico e um tripé, por escola. As três primeiras sobem para o Grupo D.
E tem rebaixamento?
Não é bem rebaixamento, tem um purgatório, as cinco últimas ficam no purgatório, ou seja, esse purgatório são dois anos. Só podem voltar a desfilar no Grupo E depois de dois anos.
A Série E é a última divisão das escolas de samba, quem é rebaixado não volta a ser bloco?
Não. Hoje em dia o carnaval do Rio de Janeiro separa bem o que é bloco do que é escola. O bloco pode se transformar em escola, mas vai passar por uma avaliação.
As escolas do Grupo E ganham quanto de subvenção da prefeitura?
Nada. Ainda não conseguimos negociar uma ajuda de custo.
Como faz o carnaval?
Normalmente, as escolas trabalham com reciclagem. As escolas maiores doam o material usado no carnaval passado. Mas vou dizer pra vocês: as escolas têm trabalhado bem! Carnaval de 2018 foi bonito.