Rio - O governador do estado Wilson Witzel anunciou, nesta quinta-feira, que vai informar oficialmente ao prefeito Marcelo Crivella nos próximos dias sobre a retomada da administração do Sambódromo. Após o lançamento do programa “Rumo ao Rio”, organizado pela Secretaria de Turismo, ele também falou em "monetizar" a história do carnaval e aproveitar melhor a Sapucaí.
Segundo ele, a Sapucaí foi criada pelo governo de Leonel Brizola e até hoje a propriedade não foi discutida. "Já conversei com o presidente da Riotur que essa semana estou finalizando o documento para comunicar ao prefeito a retomada do Sambódromo", afirmou.
O objetivo da retomada, segundo Witzel, é aproveitar melhor a Sapucaí, torná-la mais turística nos períodos fora do carnaval. "Tomei essa decisão em relação ao Sambódromo porque o Carnaval não é da cidade do Rio, ele envolve o estado, são várias escolas de fora da cidade do rio. O problema da organização do evento é que ele precisa ter uma repaginada. O próprio Sambódromo precisa de investimentos, que ainda não sei quanto, no mínimo R$ 10 milhões, ou mais. É preciso ter uma visão diferenciada, o Carnaval é muito importante para ser aproveitado somente dois, três dias. É preciso discutir isso com a sociedade, vamos fazer isso, mas temos pressa porque o carnaval de 2020 já tem que estar sendo organizado", explicou o governador.
De acordo com o governador, ao monetizar o Carnaval, as comunidades envolvidas na organização podem ganhar direitos autorais com a história da festa, dando o exemplo de souvenires que podem ser vendidos num futuro shopping na Marquês de Sapucaí.
"Investidores conversam comigo e querem monetizar a história do carnaval, fazer uma miniatura de mestre-sala, porta-bandeira, carros alegóricos, e vender isso. Isso gera direito autoral e pode ser vendido em um shopping instalado ali no Sambódromo", projetou.
Witzel também revelou o desejo de usar o espaço para além do Carnaval. "Quando estive no Sambódromo, vi os camarotes, imaginei ali um grande centro gastronômico, um polo cultural. O palco da Apoteose pode ser mais trabalhado. Tenho conversado com o pessoal do Rock in Rio. Vários empresários, nessas minhas viagens, falam que tem muita coisa no Rio que pode ser mais explorada e o Sambódromo sempre vem com essa possibilidade", defendeu.
Em março, quando Witzel anunciou que retomaria o Sambódromo, Crivella chegou a dizer que o governo do estado poderia também reassumir os hospitais que foram municipalizados. O governador falou que não pode assumir aquilo "nunca deveria estar no estado" e que "cada um tem que cumprir seu papel institucional".
"Eu já disse isso a ele em um almoço que tivemos. A questão dos hospitais a que ele se refere são hospitais de atendimento básico. Não é responsabilidade do estado atender emergência. O que podemos fazer é iniciar um trabalho de ajuda. O secretário de Saúde tem auxiliado nisso, para dar ajudar os municípios com a saúde básica, estamos aumentando o investimento. Isso podemos fazer", declarou.
Na apresentação do evento Rumo ao Rio, que contou também com o secretário de Turismo, Otávio Leite, o governador do estado também anunciou um marco regulatório dos blocos, para aumentar os números de cortejos. "Haverá conversa com a população local onde eles passam", declarou.
Rumo ao Rio
O projeto Rumo ao Rio, lançado nesta quinta-feira no Rio Othon Palace, tem o objetivo de expandir o mercado de eventos dos 92 municípios fluminenses por meio do apoio oficial do Governo do Estado a eventos captados para o Rio de Janeiro. Na ocasião, o governador assinou o decreto que dispõe sobre o programa, assim como 80 cartas de eventos já autorizados no estado ao longo do ano.
"Temos que mostrar a grandiosidade do Rio de Janeiro, as nossas praias, os nossos locais serranos. É preciso ter consciência de que investir no turismo é fundamental. Estou muito feliz de poder assinar hoje este avanço gigantesco em termos de captação de eventos, que é o programa Rumo ao Rio, desenvolvido pela Secretaria de Turismo", disse o governador.
No evento de lançamento, também foi assinado pelo governador o decreto que concede diferimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A mudança integra as iniciativas com o objetivo de apoiar e estimular a captação de eventos no Estado do Rio de Janeiro.
"Estamos dando hoje dois passos importantes no setor de eventos. São medidas que vão destravar alguns nós, para que possamos estimular este setor de forma concreta. Havia uma incidência tributária absolutamente injusta que se praticava contra os organizadores de feiras e expositores, porque se exigia o pagamento prévio das mercadorias que eram expostas, mesmo sem a certeza sobre a efetiva venda do produto. Esta mecânica tributária ofensiva à captação de eventos, neste momento, está sendo rompida. O expositor passará a pagar o tributo apenas sobre o que for vendido", explicou o secretário. Otávio Leite.
Leite também anunciou que será realizado, em novembro, um evento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre patrimônios culturais. Recentemente, o Rio foi eleita a primeira cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, na categoria Paisagem Cultural Urbana. "Somos um patrimônio cultural e poucos sabem disso".
Os interessados em realizar eventos no estado a facilidade de fazer o pedido diretamente no site do governo, na seção da Secretaria de Turismo, preenchendo um formulário que será disponibilizado. Em seguida, a equipe da pasta entrará em contato para mais detalhes e fechar o acordo. "Há décadas o setor do turismo buscava desatar esse nó", disse o secretário Otávio.
Estiveram presentes ao evento diversas empresas e entidades, agentes de turismo , como por exemplo, Apresenta Rio, Abav Rio, ABEOC, Abih, Rio Convention, Assem Rio, Abrasel, FBHA, SindiRio, Bito, Rio Host, FCVB (Federação dos Conventions), Conventions CVBs, Fecomércio.
