Por tabata.uchoa

Rio - Bianca Bin já se considerava uma pessoa espiritualizada, mas uma viagem ao Nepal só aumentou sua admiração pelo budismo. Durante 20 dias, a atriz conheceu a pobreza do povo nepalês, se encantou com a simplicidade dos monges e fez suas primeiras cenas como Amélia, a heroína de ‘Joia Rara’, nova novela das seis, que estreia amanhã, na Globo. Essa imersão no país asiático causou na atriz, de 23 anos, um impacto muito forte.

'Não existe mulher que ame e não tenha ciúme do companheiro. Mas nunca virou doença%2C uma coisa exagerada'%2C diz a atrizJoão Laet / Agência O Dia

“Voltei dessa viagem uma pessoa mais evoluída espiritualmente. Quando o avião está descendo no Nepal, a gente vê as montanhas de gelo dos Himalaias de um lado e a cidade de Catmandu do outro. Tem muita poeira, ruas sujas, o cheiro do lugar é muito forte, como se fosse uma favela do Rio. Foi um choque”, conta a atriz, pouco antes de posar para as fotos da ‘Já É! Domingo’ numa varanda com vista deslumbrante para o mar no hotel Sheraton Barra, na Barra da Tijuca.

A primeira impressão que teve do Nepal não foi a que ficou. Em poucos dias, Bianca aprofundou seu olhar de estrangeira sobre as pessoas e o lugar, se ambientou e acabou encantada. “É um povo muito espiritualizado, não tem como você não se contagiar com aquela energia. Isso surtiu efeito em mim. Já me identificava com a filosofia budista, mas o Nepal foi uma experiência incrível”, garante ela, que se diz católica. “Sou bem resolvida com a minha religião. Frequento a missa, mas não é tudo o que me serve. Não procuro outras coisas em outras religiões, mas dentro de mim. Faço minhas orações, que são uma forma de meditação”.

O budismo é um dos temas de ‘Joia Rara’, escrita por Thelma Guedes e Duca Rachid. Na trama, que se passa entre os anos 30 e 40, Bianca vive sua terceira protagonista em cinco anos de carreira. Amélia é uma operária que se apaixona por Franz (Bruno Gagliasso), filho do temido Ernest (José de Abreu), que é dono da fundição onde ela trabalha. A história de amor é do tipo Romeu e Julieta, já que as famílias são contra. Da relação dos dois, nasce a pequena Pérola (Mel Maia), a reencarnação de um grande líder budista.

Amélia%2C Franz (Bruno Gagliasso) e Pérola (Mel Maia) voltam ao Nepal%2C e a menina é reconhecida como o mestre budistaDivulgação

“Amélia cai numa armadilha e é presa injustamente, passa dez anos na prisão. Quando sai da cadeia, ela quer recuperar o tempo perdido com a filha, resgatar essa relação, interrompida violentamente”, conta ela, acrescentando que a mocinha sofredora não vai ser uma chorona: “Ela é uma heroína, não vai ter muito tempo para chorar”.

Por amor, Amélia e Franz vão enfrentar tudo e todos. “Eles vão lutar muito para ficarem juntos”, frisa a atriz, que se identifica com a força de vontade da personagem, mas não com o romance dela. “Nunca lutei por amor algum, todos os meus relacionamentos foram tranquilos. Tive sorte no amor até hoje”, exulta.

Casamento e maternidade

Motivos ela tem para comemorar. Há dois anos, está casada com o ator Pedro Brandão. “Sempre tive o sonho de construir uma família como a dos meus pais. Então, indiretamente, sonhei com um marido, mas não com o casamento. Tanto é que não me casei na igreja, não me vesti de noiva. Estou devendo uma comemoração para os amigos e a família. E pretendo fazer isso futuramente”, diz.

Ser mãe também está nos planos da atriz. Mas não agora. O lado materno aflorou ainda mais por estar contracenando com Mel Maia. “Eu e Bruno estamos apaixonados por ela. Mel é muito espontânea, não é daquelas crianças que tentam ser miniadultos. É a primeira vez que faço uma mãe em novela. Acho que estou treinando”, conta Bianca, que só pensa em dar à luz lá pelos 30. “Quero muito ser mãe, mas estou focada agora no meu trabalho, quero estudar. Sonho com cinco filhos, mas não penso em cinco gestações. Tenho muita vontade de adotar”.

Bianca aposta na combinação entre diálogo, parceria e amor para uma relação dar certo. O casamento, ela espera que seja eterno. Mas admite ser um pouco ciumenta. “Não existe mulher que ame e não tenha ciúme do companheiro. Mas nunca virou doença, uma coisa exagerada, de ter DR (discutir relação) porque olhou para uma mulher na rua”, garante ela, acrescentando que o marido é quem gosta de uma DR. “Ele tem muitos argumentos, é muito racional. Não tem como vencer, e eu me rendo”.

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