Por daniela.lima

Rio - Fiuk já causou polêmica ao revelar à imprensa que experimentou drogas, em 2010. Amanhã, ele estreia ‘Júlio Sumiu’ no cinema, no qual vive Silvio, irmão do personagem-título, que, após o desaparecimento deste, diz à mãe (Lilia Cabral) que o chefe do tráfico do morro vizinho sequestrou Júlio. Ao tentar negociar com o bandido, ela é obrigada a guardar 20kg de cocaína em casa. Para pagar sua dívida de drogas, Silvio convence a mãe a vender o pó misturado a outras substâncias. A família abre uma boca em casa e acaba se metendo em várias roubadas.

'Quer se matar%2C se mata%2C cada um tem um gosto e o cara é livre para fazer o que quiser'%2C diz FiukMurilo Constantino


Com essa história, impossível não lembrar as declarações do ator. No início, ele tenta se esquivar: “Falei zoando daquela vez. Aí, sabe como é: distorcem e vira manchete. Cigarro é droga também.” Pressionado a se posicionar sobre o assunto, ele rebate: “Aí você está querendo me queimar... Isso é muito complicado.”

O preço da sinceridade fez com que o ator se tornasse mais cauteloso com o tempo e ele próprio confessa que demorou alguns anos para perceber isso. Mesmo assim, diz que não abre mão de sua autenticidade. “Aprendi com o meu pai a ser verdadeiro. Ele sempre me falou para eu ser quem realmente sou, independentemente de qualquer coisa, e me apoio muito nisso”, conta.

Não há como negar que Fiuk é autêntico. Não é do tipo que mede palavras enquanto conversa nem precisa de muito tempo para refletir sobre suas respostas. Mesmo optando por preservar sua vida pessoal, não foge às perguntas e revela o que pensa sobre o assunto.

“No Brasil, tudo é tratado com muita hipocrisia, e, quanto mais droga tiver, melhor. Quer se matar, se mata, cada um tem um gosto e o cara é livre para fazer o que quiser. Sou a favor de uma farmácia com todos os tipos de drogas. Aí você vai lá, assina uma carta sabendo que vai morrer em uma semana e usa o que quiser.”

Aliás, ele aproveita para ressaltar que, apesar de ‘Julio Sumiu’ ser uma comédia, o longa faz uma reflexão. “Estamos em uma era em que ninguém está pensando muito nem fazendo nada por ninguém, e essa é a crítica do filme”, avalia o ator.

Esse individualismo também será reproduzido por ele na próxima novela das sete da Globo, ‘Geração Brasil’, que estreia dia 5 de maio. Só que de uma forma diferente: Fiuk interpretará um jornalista de celebridades disposto a passar por cima de tudo e todos para conseguir o que quer.

Sendo cantor, ator e filho de Fábio Jr., Fiuk cresceu do lado oposto ao de seu próximo papel na TV. Como artista, admite que, se pudesse voltar atrás em alguns momentos, teria se preservado mais. E não tolera quando lê alguma notícia falsa sobre ele.

“Luto muito para ser bom, não curto ser filho da p... Agora, quando falam mentira de mim, eu vou para cima”, desabafa, condenando o mundo virtual. “A internet acabou com metade da vida artística do mundo. O cara que é um bosta, não faz porra nenhuma da vida, só estuda e tem 15 anos, posta: ‘Fiuk é gay’. O pior é que você nem sabe quem é o cara! Deve ser um perdido, invejoso”, esbraveja.

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