Rio - Não é de hoje que MC Guimê, principal nome do funk ostentação, é um fenômeno na internet. Só os vídeos em seu canal no YouTube somam 140 milhões de visualizações. Seu perfil no Instagram tem mais de 700 mil seguidores e a fanpage no Facebook, quase 4,5 milhões de curtidas. Agora, no entanto, ele desponta com uma das apostas da Globo: depois de passar por diversos programas da emissora, o funkeiro terá uma música na abertura na próxima novela das sete, ‘Geração Brasil’, que estreia amanhã.
“Fiquei muito feliz por terem escolhido a minha música, vai ser uma divulgação muito importante”, comemora Guimê. A faixa ‘País do Futebol’ tem participação do rapper Emicida e traz o jogador Neymar no clipe.
Aos 21 anos, o que ele mais tem são motivos para comemorar. Nascido na periferia de Osasco, na Grande São Paulo, Guilherme Aparecido Dantas começou a cantar funk em 2010 e hoje faz de 30 a 40 shows por mês, com R$ 35 mil de cachê por apresentação, em média. Mora em um apartamento próprio, no bairro do Tatuapé, avaliado em R$ 1 milhão. Na garagem, dois carros: um Evoque e um Mini Cooper. Ele também comprou uma casa para o pai e a madrasta, em Osasco. Na festa da novela da Globo, na última terça-feira, no Circo Voador, além de roupas de grife, circulava com uma corrente de ouro que vale R$ 27 mil no pescoço.
“Eu gosto de marca, sim, mas um dia a gente tá mais social, no outro a gente tá mais de boa. Por exemplo: tem pouco tempo, fui na São Paulo Fashion Week, aí a gente se arruma mais”, orgulha-se ele, que garante gastar cerca de R$ 15 mil em roupas por mês e tem “mais de 50% do corpo” coberto por tatuagens.
Guimê saltou da internet para TVs e publicações de todo o país ao ser apontado como ídolo dos jovens que realizaram os rolezinhos em shoppings, também fãs das marcas caras que ele cita em músicas como ‘Plaquê de 100’ e ‘Tá Patrão’. “Rolezinho, tudo bem. Mas quebrar as coisas, fazer vandalismo, aí eu sou contra”, frisa ele.
No rastro da fama, que só faz aumentar — mês passado, ele apareceu no jornal ‘LA Times’, em matéria sobre o funk ostentação, e ganhou elogios de Flea, baixista do grupo de rock norte-americano Red Hot Chili Peppers —, o assédio feminino também cresce. “Tem fã que só quer mesmo autógrafo e tirar foto, mas sempre tem aquelas que querem mais que isso”, diverte-se. Ele garante estar solteiro. “Só namorei antes de iniciar a minha carreira”, lembra ele, que, dos 12 aos 15 anos, fez de tudo um pouco: trabalhou num lava-jato e foi carregador de flores, entre bicos diversos.
Sucesso no Brasil inteiro, Guimê só encontrou alguma dificuldade para conquistar o público carioca, desconfiado do funk feito em São Paulo. “Tinha uma resistência, sim, mas a gente sempre chegou com muito respeito. Aos poucos, tá rolando. Na semana passada, fiz meu primeiro show no Rio, no Barra Music (com capacidade para 6.500 pessoas). Já cantei com o Catra, tem pouco tempo conheci o Cidinho e Doca, de quem eu sempre fui fã...”, diz. Pelo visto, agora é só uma questão de tempo.