Por karilayn.areias

Rio - Em uma tarde quente e agradável sentamos em um dos bares da charmosa rua Avanhandava, no centro de São Paulo, para entrevistar Nathália Rodrigues. Ela tinha acabado de posar pelos arredores, com make feito no badalado MG Hair e looks carérrimos de marcas poderosas como Reinaldo Lourenço. Despida da personagem que acabara de encarnar para o ensaio e com seu look favorito: calça e camiseta básicas, a atriz chega à nossa mesa. Sua beleza, de perto, impressiona. Ela transpira leveza. Responde às perguntas com auto confiança e nunca perde a graciosidade. Tem um sorriso fácil, encantador. Não demorou muito para a entrevista se tornar um bate-papo sobre seus trabalhos, sua vida íntima, vaidade e muito mais.

Nathália Rodrigues%3A 'Não posso achar que porque estou na televisão eu não sou uma pessoa real. Eu sou uma pessoa real. Sou como todo trabalhador' Reprodução Internet

Três mulheres em uma

Atualmente, Nathália se divide entre três mulheres. Está em cartaz no MASP com a peça “Caros Ouvintes”, que conta a transição da radionovela para a telenovela. É a primeira mocinha de verdade de sua carreira. Não que ela não tivesse a oportunidade de fazer antes. Mas confessa que achava mocinhas fáceis de interpretar. Opinião que mudou.

"Gosto muito de estudar e achava que fazer mocinha era muito fácil. Mas essa personagem me pegou porque realmente me levou para uma época diferente, me trouxe um conhecimento que até então eu tinha muito superficialmente. Acrescentou muito na minha vida.”

Já na TV, encara um universo totalmente diferente. No seriado “A Segunda Vez”, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, e exibido pelo Multishow, encarna uma cafetina bissexual. "É o papel que eu mais tive prazer em mergulhar e fazer. É o papel mais desafiador da minha carreira. São cenas muito fortes. Foi um processo difícil para caramba, que exigiu demais de mim. Porque sou toda corretinha na minha vida, sou superorganizada. Tive que me desprender completamente do meu eu e me jogar em um lugar onde eu nunca tinha ido, essa coisa noite, moderna, que existe em volta dessa personagem.”

E em 24 de setembro estreia no GNT em “Lili, a Ex”, baseada nas tirinhas do Caco Galhardo. Uma comédia que mistura a realidade com cartoon. “Eu faço uma bipolar, ela é a que causa a separação. Uma mulher que vai do oito ao oitenta. Mas tudo bem leve e divertido.”

TOC?

Os três trabalhos, completamente distintos não deram um nó na cabeça da atriz. Na vida íntima, ela descobriu uma maneira de se manter no eixo e não perder as estribeiras. “Faço terapia há quase 12 anos e consigo muito bem separar isso. Para mim é muito claro na minha mente e na minha vida eu ir e fazer o trabalho e voltar e ser a Nathalia superorganizada que o armário começa com a cor branca e termina com a cor preta porque não pode misturar. Eu sou assim! Eu não sei se é TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo)... Sei onde tem uma agulha na minha casa. Os livros são todos A, B, C... Ai, se eu chegar em casa e ver que o C está na letra E, fico doida! (ri) Mas foi a forma que eu adquiri, eu e meu marido (o músicoTchello), de poder ter uma vida tranquila.

Não deve mesmo ser nada fácil ser casada com um músico que viaja de quinta a domingo, sendo uma atriz que mora no Rio e faz teatro em São Paulo às sextas, sábados e domingos. "Se eu não tiver organização na minha vida, enlouqueço. Se não tiver a minha organização pessoal, não dou conta. Ninguém dá conta. Se você quiser chamar isso de TOC, pode chamar... (dá muitas gargalhadas)."

Vaidade zero

Seu último trabalho na Globo foi na novela “Amor à Vida”. Nathália conta que não sabia que sua personagem teria uma morte, podemos dizer, prematura. Mas também garante que não ficou minimamente frustrada por isso. “Foi uma coisa de trama mesmo e para mim foi muito tranquilo, porque é mais um trabalho como qualquer outro. Se é para passar, eu passo, se é para entrar muda e sair calada, eu entro, se é para morrer eu morro, se é para rir eu rio... (dá risadas) É só mais um trabalho, como todos esses que venho fazendo, como todos esses que eu fiz. Continuei empregada, com meu plano de saúde (ri). Está tudo certo!”

Sua vaidade, ela diz, está muito mais em coisas não materiais. Fazer terapia, para ela, é uma vaidade. Até porque já recebeu alta, mas faz questão de continuar para se manter no eixo e não perder o controle. Quer dar um presente para ela? Dê um abraço. Vale muito mais, ela diz, do que uma bolsa de mil reais.

"Não tenho vaidade. Sou uma pessoa que não tem apego material a coisas que não são importantes na vida. O meu apego é ser uma pessoa de bom caráter, é ser uma pessoa correta. Então quando falam para mim: ‘você engorda?’, eu engordo, ‘raspa a cabeça?’, eu raspo., ‘morre?’, morro! ‘Mas, nossa, você vai morrer...’ Saí linda (da novela), foi uma morte ótima. Está tudo bem resolvido."

Gente como a gente

É difícil acreditar, mas ela conta que dificilmente é reconhecida nas ruas. “Não posso achar que porque estou na televisão eu não sou uma pessoa real. Eu sou uma pessoa real. Sou como todo trabalhador. Pago meu imposto, ando de ônibus, metrô e faço coisas de gente normal. A maquiagem, o salto, o cabelo é um personagem. Eu aprendi no decorrer da vida que não posso ser um cabelo, uma maquiagem, uma roupa e um sapato. Se você andar comigo, sair daqui e quiser pegar um metrô, porque eu vou daqui a pouco para (o bairro da) Liberdade, não tem uma pessoa que me reconheça. Se isso acontece é raríssissississimo!”

Sex symbol

Estar em listas de mulheres mais sexy do Brasil e ter sido capa de edição especial de aniversário de revista masculina não mexem com a cabeça de Nathalia. É um papel que ela admite saber fazer. Acredita que talvez por ser uma mulher loira e com personalidade forte.

“Hoje estou maquiada porque acabei de trabalhar, mas não ando maquiada. Posei nua na capa da edição de aniversário (da revista Playboy) blá blá blá.. E? Amor, posei nua porque ganhei muito dinheiro e comprei minha casa, porque eu fiz a minha vida, porque eu investi. Pronto acabou. ‘Ah, mas você não ficou lisonjeada?’ De quê? Fiquei lisonjeada com o dinheiro que eu recebi (dá gargalhadas).

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