Por tabata.uchoa

Rio - O apelo com o público feminino e o jeito “fofo” — como definido pelas admiradoras — de Sam Alves ao soltar a voz no palco já andou atiçando o preconceito de muita gente. E não apenas no lado musical. O cantor (e vencedor da segunda edição do reality show ‘The Voice Brasil’) lança hoje no Theatro Net o segundo álbum, ‘Id’, e diz que ainda enfrenta boatos sobre sua sexualidade.

“Eu tenho esse jeito meio sensível, e as pessoas ficam achando que eu sou gay. Mas eu sou heterossexual, estou solteiro, não estou ficando com ninguém, daí ninguém fica vendo o que eu faço, né?”, brinca. Envolvido com os trabalhos de divulgação do novo disco, ele mal soube do drama das fãs de Zayn Malik, do One Direction, que postaram fotos com os braços cortados após sua saída do grupo.

Sam Alves%3A fãs chegaram a pedir a uma namorada que voltasse para eleJoão Laet / Agência O Dia

“Bom... isso é um pouco exagerado, né? Já tive fã que ultrapassou os limites, mas esse tipo de coisa aí eu nunca vi”, diz o cantor, ao ouvir sobre o caso do colega britânico. Recentemente, aliás, Sam encontrou-se numa situação bem menos perigosa, mas bastante inusitada por causa de seu público feminino. “Tinha uma namorada minha, de quando eu morava nos Estados Unidos, que os fãs sabiam dela, me perguntavam se eu ainda a amava... Umas fãs descobriram o telefone dela e começaram a mandar mensagens pedindo para ela voltar para mim!”

Nascido no Ceará e criado desde os quatro anos nos Estados Unidos, Sam continua cantando e compondo em inglês e português. Em ‘Id’, mistura o hit ‘Nosso Vídeo’ a sons com cara gringa como ‘Tired’ e ‘I Wanna Fall’ (esta, diz se orgulhar especialmente de ter composto).

“No Brasil, geralmente o pop como ele é lá fora não domina. O sertanejo e o funk acabam sendo nossas músicas pop. Para o novo disco, recebi até músicas de gente que fez canções para o Justin Bieber. Juntei a isso o meu repertório e muitas músicas do Dalto Max (produtor)”, conta o cantor, que trouxe para a produção, além de Dalto, dois sujeitos bastante acostumados ao idioma pop mundial: o londrino William Naraine e o ítalo-brasileiro Gino Martini, ambos do grupo de dance music Double You (lembra do hit ‘Looking At My Girl’?). “Foi fantástico trabalhar com o William. Pô, o cara já vendeu dezesseis milhões de discos. Fizemos um trabalho para identificar o meu estilo.”

Antes de ingressar no ‘The Voice Brasil’ (e, consequentemente, no time da técnica Claudia Leitte), Sam havia participado do ‘The Voice USA’, onde provocou uma reação bem estranha na cantora Shakira, que era uma das técnicas. “Nenhuma cadeira se virou para mim, nem a dela. Mas ela falou comigo em português, chorando, me elogiou”, diz.

Uma vez no ‘The Voice Brasil’, desenvolveu uma relação de muito aprendizado com Claudia. “Eu vim dos corais de igreja, e era mais introvertido, não tinha aquela coisa de performer. Ela me ensinou a me soltar mais no palco”, conta Sam. Após ver alguns campeões de reality shows musicais morrerem na praia, ele diz que a hora é de muito trabalho. “Na mídia, de cantores que vieram de realities, hoje em dia tem gente como eu, Thiaguinho, Chay Suede, Roberta Sá... Se há preconceito contra isso, quero ajudar a quebrar.”

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