Por daniela.lima

Rio - ‘Minha pegada é de favelado”, diverte-se Thiago Martins, nascido e criado no Morro do Vidigal. Isso significa que ele entende bem quando o assunto é dar um “chega mais” nas mulheres. Sortuda é Paloma Bernardi, namorada do ator, e também Gloria Pires, que vem tirando uma casquinha dele na novela ‘Babilônia’. 

'Eu não sou metrossexual%2C mas tento andar cheiroso%2C com uma roupa legal. Não me acho bonito%2C de jeito nenhum'%2C afirma Thiago MartinsFernando Souza / Agência O Dia


Na trama, ele é o atleta de salto ornamental Diogo, que se torna amante de Beatriz (Gloria Pires) após conseguir um patrocínio. As cenas dos dois fazem a temperatura subir na novela das 21h. Mas parece que a amante ninfomaníaca vai enxergá-lo como muito mais do que um objeto sexual. “As cenas estão levando para esse lado. Desde o início, sabia que eles se apaixonariam. É bom que dá uma humanizada na Beatriz”, conta Thiago.

Contracenar ‘intimamente’ com uma atriz do gabarito de Gloria, 25 anos mais velha que o ator, de 26, poderia deixá-lo intimidado. Não é o caso. “Quando soube que teria um envolvimento com ela, fiquei muito feliz. Gloria tem um dom incrível, é uma atriz generosa, a gente ri, se diverte. Nos conhecemos desde ‘Belíssima’, há oito anos. Estou em êxtase, Diogo é bem diferente de tudo que já fiz”, analisa ele, sinalizando também que os beijos que dá em cena são supertécnicos. “Não sobra nada”, brinca, enfatizando que eles não usam as línguas.

Sem nunca ter se envolvido com uma mulher tão mais velha na vida real, Thiago afirma não ter problema com idade. “Não é uma questão de gosto, a vida é que nunca me presenteou com isso. As minhas namoradas sempre foram um pouquinho só mais velhas.”

Seduzido na ficção, ele não julga as mais atiradinhas, que dão em cima dos homens. “A sociedade sempre impôs que o homem que tinha que ser o predador, eu discordo. Ser surpreendido é bom”, instiga, fazendo as mulheres babarem ainda mais pela sua barriga tanquinho, trabalhada especialmente para a novela. Assim que recebeu o convite para fazer ‘Babilônia’, há dois anos, de Gilberto Braga, Thiago sabia que teria um desafio: mudar sua forma física. “A recomendação do Gilberto foi: ‘Eu preciso que você venha para mim com corpo de atleta.’ Desde então, comecei a me preocupar com a minha saúde, com a minha forma”, conta o ator, que entrou na academia com 97 kg e hoje exibe o corpo escultural de 81 kg. “Eu estava bem inchadinho antes, por comer besteira. Agora, como melhor, treino diariamente”, diz ele.

Mas apesar de cobiçado, o galã não está na pista para negócio. Namorando a atriz Paloma Bernardi há três anos, Thiago reforça que pretende, um dia, oficializar a relação. “Sempre passa essa ideia de casamento. Minha cabeça está um turbilhão, porque estou com 26 anos, pensando em chegar aos 30. As minhas metas estão acontecendo, quero muito ter filhos, casar, quero ter uma ‘família margarina’, com cachorro. Mas tenho a consciência de que é cedo ainda”, reflete.

E, quando o assunto é sexo, as bochechas do ator ficam coradas. Fazendo uma analogia com a personagem de Gloria Pires, que é fissurada em sexo, ser ‘mais Beatriz’ é gostar muito da coisa e ser ‘menos Beatriz’ é não praticar com tanta frequência. Thiago se anima: “Eu sou bem Beatriz. Gente, não dá pra mentir, né? É uma das melhores coisas do mundo”, diz, aos risos. E logo surpreende o fotógrafo, que esperava a entrevista acabar para fotografá-lo. “E você? É mais Beatriz ou mais fotógrafo?”, pergunta Thiago, arrancando uma gargalhada geral. A questão é que o ator agora está bem quieto, mas admite que, em sua fase de solteiro, não era de desperdiçar oportunidades.

“Estou muito tranquilo com a Paloma, somos muito parceiros. Eu solteiro era mais... não sei o que eu era, não”, tenta despistar, aos risos. Quando fica sabendo que sua fama era de pegador, ele rebate de forma animada: “Isso é intriga da oposição. Solteiro eu vivi bem a vida, diria assim.” Thiago também cita o amigo Rafael Zulu para tentar se descrever. “Eu não sou metrossexual, mas tento andar cheiroso, com uma roupa legal. Não me acho bonito, de jeito nenhum. Mas o Zulu costuma falar que eu sou aquele tipo de cara que a mulher estaciona o carro, olha na Praça Mauá, e eu vou estar lá sem camisa pra arrumar o carro dela, ele fala que eu faço o estilo mecânico, porteiro”, diverte-se, aos risos.

Pé no chão, Thiago confessa que, sempre que pode, volta ao Vidigal, de onde se mudou, há quase dois anos, para realizar a vontade da mãe, que não se conformava em morar na comunidade desde que teve um filho baleado. “Gosto de ver minha família bem. Todo dia levanto e agradeço. O sonho da minha mãe era sair dali, porque meu irmão Carlos André (hoje com 33 anos) foi baleado lá aos 12. Eu morava, literalmente, na Faixa de Gaza do Vidigal, local de difícil acesso. E isso perturbava muito ela. Mas eu amo o Vidigal, sempre que posso estou por lá, que é onde estão meus amigos, aqueles que me conhecem como Thiaguinho”, relembra ele, que faz piada com o boato de que gastou mais de R$ 1,5 milhão em uma casa no Itanhangá. “Adoraria que fosse isso, mas, na verdade, gastei mais”, diverte-se, e depois conta a verdade: “Sacanagem, não foi isso tudo, não.”

Com a meta da compra da casa fora da comunidade alcançada e com todo o sucesso da novela, Thiago cuida de acabar com antigas frustrações. Uma delas é não falar inglês, outra é não ter sido jogador de futebol profissional. “Quero passar uma temporada fora do país para aprender a falar inglês. Aqui no Brasil, eu não vou conseguir aprender muita coisa”, planeja. Sobre jogar bola, o ator, que é flamenguista doente e tem Ronaldinho Gaúcho como ídolo, fica só na torcida. “Estou até hoje tentando fazer meu irmão mudar de time”, sonha. 

ROTINA DE ATLETA 

Para mostrar sua habilidade em frente às câmeras, Thiago treinou salto por dois meses, três vezes na semana. “Tive acompanhamento do professor Roberto (Gonçalves), da equipe brasileira. E acabei perdendo o medo de altura. Saltei na plataforma de 10 metros, que é a mais alta. Mas tive a ajuda dos dublês, não tem como dispensar. Eu tive muito tempo para treinar, e isso fez com que eu não tivesse nenhuma lesão”, explica. Sofrimento mesmo, Thiago garante que só teve na hora de colocar os músculos para trabalhar.

"Sofri mais por ter que ir para a academia, mas o Edson Mesquita, meu personal, foi fundamental. Também sofri por ter que deixar de tomar aquela velha cervejinha, que dá a famosa barriguinha, mas gente vai largando aos poucos. Eu não era de beber muito, agora só bebo mesmo no fim de semana.”

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