Rio - Ela ama fazer cinema e a Sétima Arte também se apaixonou por ela. A atriz Rosanne Mulholland, que começou a carreira nas telonas, comemora a estreia de cinco produções no segundo semestre: “Fico grata, né? O melhor é que são filmes completamente diferentes”. Para alegria do público infantil, ela vai reviver a personagem que a popularizou no longa ‘Carrossel 2 – O Sumiço de Maria Joaquina’, de Maurício Eça, previsto para 14 de julho. “Fiz a Professora Helena na TV, mas não fiz o primeiro filme porque estava em outra emissora. Agora, me reencontro com ela. A personagem amadureceu, casou no final da novela. É outro cenário”, observa. “Sempre gostei de crianças. Tenho paciência, cuidado. Ainda mais se você é a Professora Helena”, afirma a atriz, que compreende a responsabilidade que o papel carrega junto aos pequenos.
Casada com o músico Kelder Paiva há 12 anos, Rosanne revela que ainda não pensa em filhos. “Pode ser que daqui a dois anos eu queira, pode ser que não. Estou num momento que eu não sei se quero ser mãe”.
Ela acredita que o romantismo mora na realidade. “Está no cuidado recíproco. A rotina pode ser bem cansativa. É importante a parceria, respeitar a liberdade do outro.” Em seu tipo físico ‘mignon’ e em sua aparência frágil cabe uma mulher forte e consciente. “O machismo está na vida. Desde as piadinhas sutis até nas coisas mais agressivas, não temos que nos acostumar, temos que falar sobre.”
A atriz revela que já sofreu assédio na adolescência e que não soube como lidar. “Tinha 14 anos quando comecei a ir para academia. Tinha o exame físico e aí o professor fez a avaliação e veio fazer uma massagem. Não tinha maldade, achei que era normal. Ele ficou passando a mão no meu corpo de uma forma que me incomodou. Lembro que eu saí de lá me sentindo mal. Ele me pediu que não contasse, sabia o que tinha feito”, lamenta.
Tímida, porém franca, Rosanne admite que já foi muito introspectiva, mas que atualmente valoriza o bom humor. “Fui uma adolescente mais sofrida, meio atormentada. Tive minhas fases. Nunca cheguei a ter depressão, mas era mal-humoradinha. Hoje, sei que o humor salva”, diverte-se.
“Um rosto universal” é como diretor Carlos Reichenbach identifica a versatilidade da atriz. Carlos a dirigiu no premiado filme ‘Falsa Loira’(2008). Rosanne sai de uma produção infantil direto para uma comédia com tanta facilidade que impressiona. Em ‘Festa da Firma’, Rosane é a ex-namorada do protagonista Marcos Veras, que tenta reconquistá-la. “É a primeira comédia que faço. Foi incrível, é um outro tempo, foi um aprendizado”, lembra a intérprete. A brasiliense não para e admite não ter preferências na escolha de papéis. “Confesso que sempre fui meio dramática. Me sinto mais tranquila nesse lugar, mas curto passear pelos outros.” A atriz lança ainda, em julho, ‘Entre Idas e Vindas’, de José Eduardo Belmonte, com Ingrid Guimarães e Fábio Assunção, e mais ‘À Espera de Liz’ e ‘Bio’, todos este ano.