Por tabata.uchoa

Rio - Enquanto a maioria dos artistas não gosta de falar de vida pessoal, Mônica Martelli, 45 anos, criou um espetáculo inspirado nas experiências dela. Há nove anos, a atriz interpreta nos palcos a romântica Fernanda, uma organizadora de eventos que vive em busca de um grande amor, no monólogo ‘Os Homens São de Marte... E É Pra Lá que Eu Vou’.

A peça já foi vista por mais de 2 milhões de pessoas e ganhou versão para o cinema, em maio, com cerca de 1,8 milhão de espectadores, até o mês passado. Os desdobramentos das histórias que Mônica escreveu chegam agora à série de TV homônima, que estreia nesta quinta-feira, às 22h30, no GNT.

Mônica Martelli estreia 'Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou' na TVAndré Luiz Mello / Agência O Dia

“A Fernanda fala de romantismo sem pudor. Acho que o sucesso da peça e do filme vêm da verdade dessa mulher, que não tem medo de dizer que quer o amor. Ela não está atrás de um provedor, um homem que a sustente, mas, sim, de um companheiro”, diz a atriz ao DIA, que acompanhou uma gravação da série em um casarão em São Conrado.

Para quem ainda tem dúvida de que as trajetórias de Mônica e Fernanda se confundem, a atriz frisa que colocou várias características suas na personagem. “Ela é romântica, otimista, se joga nas relações sem freio, como eu”, enumera. Se antes o moderno era a mulher ser solteira e trabalhar muito, a atriz defende que hoje não adianta ser independente e ter dinheiro se não tiver alguém para dividir a cama: “Sou bem-sucedida, mas quero dormir de conchinha.”

Os temas amor e crise na relação ocupam um bom espaço na vida de Mônica. Foram dez anos de casamento com o produtor musical Jerry Marques, com quem teve uma filha, Júlia, de 4 anos. Ela diz que é importante saber lidar com o luto da separação. “Hoje, me conheço melhor, não sofro tanto com esse luto. Sei como sair dele. Acho saudável viver o luto, chorar. Mas não é bom permanecer nele por muito tempo”, ensina.

Após um período de solteirice, Mônica voltou a namorar em setembro do ano passado, quando engatou romance com o pintor Patrice de Camaret, um carioca que foi criado na França e mora em São Paulo. “Amo estar apaixonada. E, quando estou, gosto de celebrar”, empolga-se ela, que novamente se compara à personagem no início de uma relação, revelando que, às vezes, se pega aflita procurando mensagens do amado no celular.

“A busca pelo amor transcende épocas e idades. As mulheres estão sempre falando entre elas sobre relacionamento. Os homens são mais reservados, têm mais dificuldade de assumir, lidam com isso de outra maneira. Mas acho que agora eles querem falar mais”, diz.

Mônica garante que o namorado aceita bem o fato de ela ser bem-sucedida. “Ele não tem aquele certo preconceito do brasileiro. É difícil para o homem lidar com o sucesso da mulher”, avalia ela, que se corrige logo em seguida. “No fundinho, homem é tudo igual”, dá uma gargalhada.

Três anos foi o máximo de tempo que Mônica ficou solteira. “Nada vingava, ficava só no primeiro encontro. Para a mulher, sair a segunda e a terceira vez já é namoro. Para o homem, não: diz que está comendo”, diverte-se. Nessa época, ela conta que sentiu na pele o peso de não ter uma companhia masculina nos programas mais prosaicos, como ir a um restaurante.

“Minha mãe já dizia que envelhecer sem marido numa sociedade machista é muito ruim. No Brasil, homem dá status. Quando estava solteira, sentia que as mulheres me olhavam com pena. São situações que a gente tem que enfrentar quando não tem um homem do lado.”

Mulher Madura

Na série ‘Os Homens São de Marte... E É Pra Lá que Eu Vou’, em 13 epidódios, Mônica Martelli dá vida a Fernanda já com 40 anos, uma empresária bem-sucedida que acaba de se divorciar de Tom (Herson Capri) após quatro anos de casada e que entra em crise quando descobre que o ex-marido está namorando uma jovem de 20 e poucos anos.

“A série tem situações que não foram vistas no teatro nem no cinema. Na história, Fernanda questiona o casamento e não está mais naquela procura desesperada por um marido. Mas, no fundo, tudo o que ela quer é encontrar um amor”, adianta a atriz.

Outra novidade na série é que a personagem transforma sua produtora de casamentos em uma empresa de organização de eventos em geral, tendo como sócio Aníbal (Luís Salém), seu maior confidente, que vive uma relação homossexual em crise com Edgard (Gustavo Machado). “Fernanda ainda tem que lidar com os problemas da melhor amiga, Nathalie (Julia Rabello), que quer retomar a carreira de atriz e não quer mais saber de casamento”, conta Mônica.

Mas Fernanda, é claro, vai encontrar um novo amor: Claudio (Carmo Dalla Vecchia). E, novamente, ela vai sofrer por essa paixão.

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