Por daniela.lima
A atriz está no ar atualmente como Irene%2C de ‘Sete Vidas’Márcio Mercante / Agência O Dia

Rio - Malu Galli, aos 43 anos, tem o visual — cabelo, figurino e acessórios — mais desejado de ‘Sete Vidas’, de acordo com a Central de Atendimento ao Telespectador da Globo (CAT). A atriz, que vive a bem-sucedida publicitária Irene na trama, faz tanto sucesso que já está escalada para a próxima novela das 19h da Globo.

“Me acho melhor hoje do que aos 20. Tudo bem, a juventude tem a coisa do viço, do corpo. Mas eu acho que a mulher, na maioria dos casos, fica mais bonita mais velha. A maturidade vai te dando um charme diferente. Mas é claro que os sinais do tempo não são bons para ninguém, até porque ninguém gosta de perceber a ação do tempo no espelho. É difícil, mas a gente tem que lidar com isso.”

A experiência faz com que ela veja com clareza as questões ligadas ao universo feminino, como a maternidade, um sonho que será realizado através de adoção pela sua personagem na novela. “Ganhamos o mercado de trabalho, conquistamos independência, ganhamos voz ativa, mas tem nosso lado mãe, feminino, que é real, nos faz mulher. Não adianta querermos ser homem. Se tiver alguma coisa faltando, temos que olhar para isso. Mas não existe certo e errado, cada um é de um jeito. Tem mulher que não tem a menor vontade de ser mãe e é feliz assim”, diz.

Não foi o caso de Malu, que é mãe de Luiz, de 14 anos, fruto do seu casamento com o artista plástico Afonso Tostes. “Eu sempre me imaginei mãe, mas não tinha esse negócio de ficar doida vendo criança na rua. Sempre tive foco na vida profissional, social, mas a natureza é sábia. À medida que você vai se aproximando dos 30, vai ficando saciada de algumas coisas e carente de outras”, acredita.

A teoria de Malu faz todo sentido para Irene, que optou por deixar o vício em trabalho de lado para se dedicar a uma criança. O problema é que foi justamente nessa fase que encarou uma separação e recebeu o diagnóstico de que não poderia ter um filho biológico. “Todo mundo passa na vida por um momento em que nada está funcionando. A vida fecha essas portas para que se faça uma jornada de autoconhecimento. Eu procuro ser atenta aos sinais, mas me equivoco bastante também. Levo na cabeça para aprender. Me identifico com a Irene. Todas nós somos Irene”, aposta.

Casada, mãe e com a carreira em ascensão, Malu, que já está escalada para ‘Totalmente Demais’, próxima novela das 19h, tem uma vida semelhante ao ideal de felicidade de muitos. “Não sou uma vitoriosa e nem uma fracassada. Assim como a Irene. Ela diz que é uma fracassada de sucesso quando está rindo da própria desgraça. Todo mundo vive fracassos e sucessos consecutivamente. O fato de estar vivendo um sucesso não quer dizer que não vá viver um fracasso e vice-versa”, explica.

O bem-sucedido casamento de 15 anos da atriz também não escapa dos altos e baixos da vida. “Desgaste no casamento é inevitável, mas a gente dá a volta por cima, vai tentando. Estar casada é uma escolha diária, então todo dia você opta por isso. As crises vêm, mas você está sempre escolhendo aquela pessoa de novo. Hoje em dia não tem nada que te prenda a outra pessoa, nem filho. Então, se você está ali é porque você escolheu estar”, frisa.

Já a solidão, em muitos casos, não é uma escolha. Malu reconhece que mulheres de 40, como a Irene de ‘Sete Vidas’, têm dificuldades em encontrar um companheiro. “Talvez o que aumente o grau de dificuldade seja o nível de exigência da mulher. Uma mulher como a Irene já é vivida, já viu muita coisa, já viajou, já teve vários relacionamentos, tem uma exigência maior. A mulher madura não quer qualquer bobo do seu lado, qualquer deslumbrado, qualquer cara inconsistente. Se os homens têm medo das mulheres maduras e bem-sucedidas? Eu acho que não. O que atrapalha é o alto grau de expectativa, tanto de um quanto de outro”, observa.

Malu sabe que conto de fadas não existe, mas ainda assim é uma entusiasta da vida a dois. “O ser humano fica bem quando encontra um par, seja qual for o formato, se é namoro, casamento, não importa. O ser humano solitário tende a ser mais triste, mais fechado. Mas nada impede que você seja muito feliz sozinho também. Tudo depende da sua fase de vida. Tem fases em que a gente está solitário e em outras está louco para encontrar alguém”, analisa.

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