Maisa Silva estreia talk show no SBT - Foto: Gabriel Cardoso
Maisa Silva estreia talk show no SBTFoto: Gabriel Cardoso
Por BÁRBARA SARYNE

São Paulo - Quem já imaginou ter um programa de entrevistas aos 16 anos? Essa é a pergunta que Maisa Silva faz antes de falar sobre o seu talk show, que estreia no SBT na tarde deste sábado. A pupila de Silvio Santos iniciou sua carreira na TV com três anos de idade, mas nunca pensou que teria uma oportunidade tão grande como a que recebeu do patrão este ano.

"A minha vida é uma caixinha de surpresas. Estou tirando os laços e descobrindo tudo", diz ela, que se sente poderosíssima ao ver que já é dona de um programa com o seu nome. Por conta disso, inclusive, levou tudo muito a sério e participou de todo o processo de criação do trabalho. "Tem que ter a minha cara, não tem outro jeito", afirma.

Rápida e espontânea, Maisa não se inspira em outros apresentadores do formato, mas faz citações carinhosas a Hebe, que morreu em 2012. Ela admite que pensa em fazer algo totalmente diferente do que já está no ar. Justamente por isso, as comparações com Tatá Werneck, que comanda o "Lady Night", prefere abstrair.

"Não tem nada a ver. Não somos parecidas. Amo a Tatá de paixão, mas ela é humorista e eu sou atriz, diz a adolescente, que ressalta os diferentes públicos das emissoras e a diferença de idade entre ela e a humorista, pois Tatá tem 35 anos. "Ela pode falar coisas picantes e eu não vou fazer isso aqui (no SBT) até porque não é a minha pegada", completa.

Maisa Silva estreia talk show no SBT - Foto: Gabriel Cardoso

Com o objetivo de trazer conversas leves, como se estivesse no sofá da própria casa, Maisa conta que também não tem a intenção de constranger seus convidados com perguntas polêmicas. Para ela, o espaço tem de ser aproveitado com diversão e da maneira que ela gosta de ser tratada por outros entrevistadores.

Esse pensamento também significa, segundo a jovem, que não faz sentido restringir a ida de determinados perfis, pois a ideia é apresentar um conteúdo para todas as famílias. "As famílias estão mudando e mostrando que onde há amor há família. Quero que pessoas com opiniões diferentes venham aqui. Às vezes, quem está assistindo tem certo preconceito e pode olhar de uma forma diferente vendo um programa divertido e com um papo legal", defende a artista.

Os primeiros convidados do programa serão Fernanda Souza, com quem ela se identifica muito pelo humor e por ter começado a carreira em uma novela infantil, e Matheus Ceará, que faz parte do elenco de "A Praça é Nossa" desde 2012. A apresentadora também adianta que já gravou com Gretchen, Carlinhos Maia e o colunista Leo Dias, do DIA. "Os roteiros são muito bem feitos e eu só mudo algumas coisinhas porque, às vezes, acho um caminho mais curto para falar determinado texto ou acabo dando uma viajada. Mas fica legal", confessa.

O programa terá esquetes e quadros especiais, como o "Banho da Sabedoria", em que a jovem aproveitará seu raciocínio rápido para responder aos comentários negativos da internet, e o "SubMaisa", em que usará arquivos do SBT para mostrar curiosidades da vida dos convidados. Quem sempre estará lá para ajudar nas brincadeiras será o humorista Oscar Filho, que se transformará em um unicórnio "nada fofinho", como a dupla prefere definir.

Maisa Silva estreia talk show no SBT - Foto: Gabriel Cardoso

Maisa não esconde que está contando as horas para a estreia do talk show e deixa claro o quanto é grata aos pais por terem ouvido seus pedidos, ainda muito pequena, para conhecer o Raul Gil, apresentador que a revelou para o país. Segundo ela, é triste quando as pessoas relacionam o fato de ter começado cedo com o dinheiro ou perguntam se ela não teve infância por causa do trabalho. Na brincadeira, a artista conta que muitos já disseram que a imagina drogada e traumatizada no futuro, mas ela insiste que não tem nada mais legal do que fazer o que se gosta.

"Meus pais não me colocaram para trabalhar. Entrei na televisão porque quis. Assim como várias crianças têm o sonho de serem médicas, professoras, via o Raul Gil com os meus avós e queria estar lá", afirma, garantindo nunca ter sido "explorada" por seus familiares.

"Era tudo lúdico e nunca foi mencionado sucesso, fama, remuneração. Era só um dia que tirava para brincar com meus ídolos. As pessoas não me conheciam na rua ainda e os meus pais sempre falavam que isso não seria para sempre. Eles sempre trabalharam esse sentimento dentro de mim", reconhece, sem conter as lágrimas.

Para a artista, um empresário visaria o lucro e jamais perguntaria se ela gostaria de cancelar um evento em dia que estivesse com cólica ou enxaqueca, mas ser empresariada pelos próprios pais é saber que eles vão querer sempre o seu melhor. "Hoje, tenho um programa e sei que amanhã posso não ter mais", diz ela, que procura valorizar cada minuto de uma carreira que ainda tem muito para avançar.

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